A 20ª edição da Expoagro Afubra foi aberta nessa quarta-feira, 23, com uma solenidade com a presença de diversas autoridades e convidados. Após dois anos, o evento volta a ser realizado, com o tema “Transformação, Inovação e Produção Sustentável”. Os visitantes terão acesso às inovações voltadas aos produtores de pequenas propriedades. A cerimônia completa pode ser assistida no canal da Afubra no YouTube.
Os discursos salientaram a importância da produção agropecuária para a economia e serviram como reflexão em relação aos desafios encontrados no setor rural, como o alto custo de produção, perdas com a estiagem e a necessidade de investimentos para uma melhor rentabilidade da safra. Apesar dos entraves, o clima é de otimismo entre os representantes de entidades, órgãos e instituições ligadas ao agro.
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Presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner comentou sobre a alegria pelo retorno da feira e sobre as novidades que serão encontradas pelos produtores no parque. Também frisou a importância da desburocratização nas licenças nos órgãos ambientais, especialmente nas questões ligadas ao armazenamento de água nas propriedades rurais.
“Em 2020, tivemos uma queda de 29,5% na agropecuária gaúcha por conta da estiagem. Em 2021, com clima mais favorável, avançou 67%”, disse. Werner ainda solicitou atenção dos representantes políticos para a disparada nos preços dos insumos.
A deputada estadual Kelly Moraes exaltou a importância do apoio da classe política ao setor do tabaco. “Sempre levantamos a bandeira da fumicultura e da agricultura familiar. O suor dos homens e mulheres ajuda a construir o nosso Rio Grande do Sul”, declarou. Ela recebeu uma cesta de produtos coloniais como homenagem pela lei número 272/2020, que inseriu a Expoagro Afubra no calendário oficial de eventos do Estado.
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Medidas importantes para a produção rural
Deputado federal, Heitor Schuh relembrou da criação da Afubra, com o objetivo de assegurar os produtores contra prejuízos causados pelo granizo. Ele também citou outras iniciativas da entidade, como o programa Verde é Vida, a coleta de óleo saturado, coleta de sementes crioulas e o incentivo ao plantio florestal. Para ele, a agricultura precisa de políticas públicas. “Precisamos de um maior orçamento federal para a agricultura. Um jovem agricultor de 18 anos me disse que o trabalho pesado na roça não é o problema, mas sim chegar ao fim da safra e não ter renda.”
Na visão do senador Luis Carlos Heinze, as tecnologias são necessárias para a produção, como o caso das pesquisas para desenvolvimento de um novo produto que irá reduzir a dependência brasileira dos fertilizantes NPK. Heinze sublinhou a aprovação para o abate no custeio das parcelas do Pronaf para produtores atingidos pela seca e anunciou que um veto deve ser derrubado na próxima semana para liberação do crédito rural do Plano Safra 2021/22. “É importante que a gente tenha soluções definitivas para a estiagem, com a proteção de vertentes e águas subterrâneas”, ressaltou.
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Para o prefeito de Rio Pardo, Edivilson Meurer Brum, os produtores aprendem a cada outono, quando um ciclo é encerrado. Ainda mais com os desafios impostos, como a pandemia, a estiagem e o alto custo de produção. “O produtor precisa ser eficiente para ter condições de competir, mas apesar de gerar renda e segurança alimentar para o país, acaba enfrentando uma legislação arcaica, sendo punido”, argumentou. Brum acrescentou que o produtor rural é um trapezista sem rede de proteção. “Precisamos deixar as ideologias de lado e ter maturidade para evoluir, sem lugar para amadorismo”, enfatizou.
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Agricultura familiar como combustível econômico
Vice-governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior lembrou que a agricultura familiar representa 40% do PIB gaúcho. Ele destacou o investimento recente de R$ 200 milhões no setor pelo governo estadual. “Em 2019, estive aqui representando o governo estadual. Estávamos com folha de pagamento atrasada, com dívidas enormes com fornecedores e a alíquota do ICMS majoradas. Passamos por esses desafios, mesmo com a pandemia, e ainda elaboramos um projeto de investimentos”, observou.
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Superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado, Helena Pan Rugeri representou a ministra Tereza Cristina. Para ela, o momento é de retomada do convívio dos produtores rurais com as novidades do mercado e órgãos de assistência técnica. “Além da Expoagro, temos outras feiras, com a Expodireto, retomando as atividades presenciais. A agricultura familiar é fomentada por diversos órgãos e precisa de espaços para divulgação. Temos várias políticas públicas voltadas às agroindústrias”, apontou.
Sobre as questões relativas ao conflito entre Rússia e Ucrânia, Helena afirma que a ministra Tereza Cristina está preocupada com as negociações para fornecimento de matéria-prima para a produção de fertilizantes. “Ela está fazendo movimentos para buscar novos mercados. Mas temos um trabalho de pesquisa com a Embrapa e universidades para buscar alternativas. Queremos depender menos da importação”, concluiu.
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