Uma explosão ocorrida na sexta-feira, 10, no gasômetro da planta da Usiminas em Ipatinga, no Vale do Aço, a 210 quilômetros de Belo Horizonte, deixou 34 pessoas feridas, segundo o Corpo de Bombeiros. A explosão aconteceu por volta das 12h45 e foi sentida em toda a região central da cidade, onde fica parte da unidade, que foi esvaziada. Janelas de prédios quebraram e houve corre-corre. O Ministério Público de Minas Gerais vai investigar o caso.
A siderúrgica decidiu paralisar, de forma emergencial e temporária, os altos-fornos da unidade. As ações Usiminas PNA terminaram o pregão na Bolsa paulistana em queda de 7,27%. Em Fato Relevante, a empresa informou que está apurando a explosão
Os feridos foram encaminhados para hospitais da cidade, segundo os bombeiros, nenhum em estado grave. À noite, alguns já haviam sido liberados. Todos prestavam serviço ou eram funcionários da empresa. “Uma pessoa sofreu ferimento na face, decorrente de um estilhaço. As outras vítimas tiveram tonturas ou mal súbito decorrente da situação de pânico ou inalação de gás”, informou a corporação. “Um fator que favoreceu a menor gravidade da ocorrência foi o fato de a fábrica estar em horário de almoço no momento da explosão.”
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De acordo com os bombeiros, o tanque que explodiu continha uma mistura de gases utilizada na produção de aço, a LDG (Linz Donawitz Gas), também chamada de gás de aciaria, cujo principal componente é o monóxido de carbono.
O acidente ocorreu dois dias depois da morte de um funcionário terceirizado da Usiminas, Luis Fernando Pereira, de 38 anos, enquanto ele fazia a manutenção em um equipamento da área de aciaria. A empresa informou que está investigando as causas da morte, mas afirmou que não há relação entre o caso e a explosão
O socorro às vítimas foi prestado pelos brigadistas da siderúrgica, que resfriaram as estruturas próximas ao tanque. Segundo os bombeiros, “como a combustão do gás foi praticamente instantânea, não houve incêndio decorrente da explosão. O que aconteceu é que, com o aquecimento dos materiais próximos ao tanque, começaram alguns pequenos focos” de incêndio.
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Segundo o governo do Estado de Minas, as forças de segurança e as secretarias de Meio Ambiente e de Saúde estão monitorando a situação. A assessoria de imprensa do governo informou que a unidade tem licença de operação para siderurgia e elaboração de produtos siderúrgicos válida.
Susto. A Câmara Municipal de Ipatinga emitiu nota em que informa que a explosão foi “sentida fortemente por todos que estavam no prédio”: vidros foram quebrados e parte do forro se desprendeu em algumas salas. Os servidores foram liberados.
Funcionário da Usiminas, Maurício Ribeiro, de 36 anos, estava em horário de almoço quando ouviu a explosão. “Rapidamente já passou o pessoal pedindo para todo mundo sair pela portaria do Bom Retiro (bairro da cidade). Não deu tempo de pegar nada, nem documento.”
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Rafael Machado, de 29 anos, funcionário de uma sorveteria próxima ao gasômetro, sentiu a explosão. “Foi um barulho muito alto, a loja tremeu.”
O comerciante Fernando Viana, de 41 anos, ouviu o barulho e disse que rapidamente começaram os comentários nas redes sociais “A gente não sabe que tipo de gás tem lá dentro, se podia vazar Mas a gente recebeu um áudio do comandante do batalhão (dos bombeiros) falando que não tem risco.”
De casa, o secretário Augusto Cézar Maciel, de 19 anos, sentiu o cheiro que saía da usina durante a tarde. “Foi um barulho muito forte. O gás não é tóxico, mas está dando para sentir até agora. É quase como enxofre.”
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