Alegria é a palavra da moda em uma propriedade na localidade de Campo de Sobradinho, interior de Passa Sete. Afinal, a família Calheiro Jung é só sorrisos por conta do sucesso da colheita da ameixa, que se encaminha para a reta final com a certeza de que vem por aí uma safra recorde. Uma conquista que chega em boa hora para quem sofreu com o granizo no ano anterior, resultando em perdas consideráveis na produção.
A projeção da família é colher 45 a 48 toneladas da fruta, resultando na maior safra desde que decidiram apostar no cultivo da ameixa, no começo da década. “Neste ano, graças a Deus, é só alegria. Estamos concluindo mais uma colheita, e de um fruto de qualidade”, destaca o produtor Marcos Rene Jung, que recebeu a reportagem da Rádio Gazeta FM em sua propriedade, durante o quadro Café na Roça. E estavam em pleno trabalho nos pomares.
Telas
Para obter uma boa safra, sem passar pelos transtornos do ano passado, Jung decidiu investir em telas anti-granizo. “É um investimento muito alto, de R$ 60 mil por hectare. Fizemos em dois hectares, mas pretendo implantar em mais um após a colheita”, explicou. Na safra anterior, em virtude das chuvas de granizo, as perdas na propriedade chegaram a 40 toneladas da fruta. “Foi um baque muito grande para nós. Investimos muito e não conseguimos colher”, recorda.
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As coberturas de produção funcionaram e a nova safra não sofreu com prejuízos. Mas não é somente o granizo que pode atrapalhar a produção. Jung explica que o tratamento das ameixas é feito cuidadosamente para que o fruto não perca qualidade. “Temos uma grande preocupação com o consumidor final, por isso deve-se cuidar o que usar na fruta”, reforça. Ele ressalta, ainda, que existem produtos específicos para utilizar nela.
Outros cuidados necessários que ele toma é com as caixas de abelhas, que ajudam na polinização. “Temos produção de soja também. Deve-se cuidar muito as aplicações, a hora, o vento. Nunca matei um enxame aqui, e tenho 35 caixas ao redor do pomar. As abelhas são o braço-direito, por isso devemos cuidar e zelar por elas”, comenta.
Por alguns anos, a aposta da família é nas variedades mais tradicionais da ameixa para a produção e comercialização. “No momento, estamos colhendo a letícia e colocando na câmara fria. Mas já desovamos a italiana, a precoce e a irati. O mercado é excelente e a procura está muito grande”, garante Jung. A novidade para esta safra é a pluma 7, recém implantada e ampliando o leque de frutos nos pomares.
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A diferença entre esta e outras variedades é a massa, mais avermelhada. “Ela é antiga, porém com uma genética melhorada. Na região de Farroupilha e Caxias do Sul ela sofre com os ataques de bacterioses. Aqui, não tive esse problema”, relata o agricultor. A comercialização é feita para supermercados de Sobradinho e região e também para estabelecimentos de municípios como Lajeado e Carazinho. “Se fizer fruta de qualidade, vai ter mercado”.
Apesar da ameixa ser a principal atividade, não é nela que se resume a fruticultura na propriedade da família. Há também o cultivo do caqui e do kiwi, dois produtos que estão obtendo destaque a cada dia. Ainda, há também uma lavoura de soja, que fica colada nos pomares.
Busca pelo
conhecimento
Com a descoberta de novas tecnologias e também a facilidade de acesso a informação, muitos agricultores estão buscando inovar em suas lavouras e pomares, o que não acontecia em décadas passadas. No caso da fruticultura, há muitas técnicas capazes de deixar as frutas com uma qualidade ainda maior. Marcos Rene Jung é destes produtores que não gosta de “ficar para trás” e busca sempre melhorar o seu trabalho.
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Ele comenta que sempre se preocupou em correr atrás de técnicas que beneficiem a produção. “Sempre troco experiências com o pessoal da Serra Gaúcha, da Emater. Sempre quis aprender mais, para desenvolver a minha propriedade. E está dando certo, peguei o jeito da coisa”, brinca. Para se capacitar, conta também com o auxílio do cunhado, que é técnico agrícola e residiu em outros locais, como Santa Catarina.
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