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Exemplo de esforço pela educação: aluna vai a galope buscar material impresso na escola

Foi no lombo da égua gateada que Andrielli Patrícia Limberger, de 15 anos, chegou na tarde da última segunda-feira, 28, no Colégio Estadual Barro Vermelho, em Rio Pardo. Por volta das 14 horas, ela encilhou o animal, agasalhou-se e partiu. O percurso de 7 quilômetros de casa, na localidade de Rincão Del Rey, até Ramiz Galvão, onde funciona a escola, foi feito em duas horas. A iniciativa da adolescente chamou a atenção da professora e orientadora educacional Ana Lúcia Silveira Gomes e da supervisora Silvana Maria Zambarda Granada. As duas trabalham no colégio, que tem cerca de 500 alunos.

Com a pandemia, as educadoras contam que parte dos alunos tem aulas no presencial e o restante em casa, com acompanhamento de forma simultânea, pela plataforma do Meet. Aqueles que não dispõem de internet podem retirar o material didático impresso, a cada 15 dias, na secretaria da escola. “É a primeira vez que isso acontece. Ficamos surpresas com a força de vontade dela, que veio até aqui fazer a devolução dos trabalhos já feitos e pegar mais. É uma aluna bem esforçada, que ingressou na nossa escola este ano. Esperamos que a iniciativa da Andrielli sirva de exemplo para outros estudantes, que às vezes moram mais perto da escola ou têm até mais recursos e não sabem aproveitar, buscam empecilhos para cumprir com suas obrigações estudantis”, destaca Ana Lúcia.

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A avó da menina, Ingrid Helena Junkherr, que é professora aposentada da Escola Estadual de Ensino Fundamental Barão do Triunfo, em Rincão Del Rey – mesma instituição onde a menina estudou até o fim de 2020 –, conta que, como não havia ninguém para ir naquele dia até o colégio, ela decidiu ir sozinha. “A mãe dela é caminhoneira e viaja de Santa Cruz a Rio Grande, e o pai faleceu em um acidente de trânsito há algum tempo. Como eu estava com alguns problemas de saúde, não tinha como ir. Ela se agasalhou bem, colocou o pala por cima e foi. Ela é muito inteligente e esperta.”

O frio foi o maior obstáculo enfrentado pela jovem estudante do 1º ano do Ensino Médio, que planeja ser médica-veterinária. “O frio que batia no rosto era de cortar, mas consegui alcançar meu objetivo, que era entregar o material e pegar outros. Não gosto de deixar acumular. Temos internet em casa, mas meu celular estragou faz algum tempo, daí tenho que ir buscar na escola. Se precisar, eu vou de novo”, afirma.

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Como não havia ninguém que pudesse ir ao colégio, Andrielli decidiu encilhar a égua
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