Em 2014, durante a disputa da Copa do Mundo do Brasil, a torcida japonesa chamou a atenção pelo hábito de recolher todo o lixo das arquibancadas depois do final dos jogos. O gesto teve grande impacto entre os brasileiros, mas infelizmente pouco contribuiu para extinguir entre nós a “síndrome de porquinho”, de não respeitar regras básicas de convivência. Em Porto Alegre, por exemplo, existem centenas de contêires exclusivamente para acondicionar entulhos orgânicos. Mas a população ignora. A ordem é livrar-se de todo o lixo, inclusive de eletroeletrônicos. São incapazes de seguir o protocolo e quando admoestados agridem e ofendem quem chamar sua atenção.
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Neste ano, na disputa que acontece no Catar, os orientais surpreenderam novamente o mundo. Além de deixar a área ocupada no estádio impecavelmente limpa, agora os jogadores da seleção do Japão fizeram algo semelhante nos vestiários. Isso mesmo! Além de dobrar e acondicionar as camisetas e todo material usado no campo de jogo, eles também recolhem todos os demais equipamentos num trabalho solidário com os auxiliares. Também catam restos de esparadrapo, material usado de enfeite nos pulsos e também para fixar as meias. Mas não é só isso: depois de tudo guardado, eles passam um pano úmido no piso especial que forra o assoalho antiderrapante do vestiário.
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A onda de surpresa e elogios mais uma vez varreu as redes sociais mundo afora. Cenas capturadas no vestiário japonês também viralizaram nos programas esportivos de televisão de inúmeros países em horário nobre. O fato, também, gerou muitos comentários por aqui. Ouvi de professores conhecidos, que lecionam no Ensino Fundamental, que iriam usar o exemplo dentro da sala de aula. O objetivo é estimular a gurizada a seguir o comportamento dos orientais, que entre eles é normal.
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Tenho enorme admiração pelos japoneses por algumas características únicas que deveríamos adotar no Brasil. A principal, talvez, seja a devoção que eles nutrem pelos idosos. Aqui não se trata de “legislar em causa própria”, fique claro. Durante toda a vida chamei meus pais, tios e avós pelo tratamento de “senhor” e “senhora”. Não se trata somente do emprego formal do pronome de tratamento. Aprendi com meu pai a importância do respeito pela história das pessoas mais velhas, a admiração pelos exemplos que legaram.
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Confinados numa ilha minúscula, os japoneses se reinventaram no pós-guerra, tornando o país exemplo mundial. Eles têm obsessão pela educação, pela prática do bom comportamento. Também valorizam o trabalho, a meritocracia e hierarquia em tudo. Existe uma lógica nisso tudo porque levam em consideração o fator humano. Já aqui o déficit de humanismo exige muita reflexão. E ações concretas.
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