A exemplo do que tem ocorrido na maioria dos depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na qual a Câmara dos Deputados investiga as denúncias de corrupção na Petrobras, os dois depoentes desta quinta-feira, 28 – o diretor financeiro e o funcionário da construtora OAS Mateus Coutinho de Sá Oliveira e José Ricardo Nogueira Brechirolli, respectivamente – optaram por ficar em silêncio durante as oitivas com os deputados.
No início dos depoimentos, os dois funcionários da OAS informaram que “por orientação dos advogados” iriam permanecer em silêncio. Ao ouvir isso, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-SP), propôs a dispensa deles, sugestão acatada pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), apesar da crítica de alguns parlamentares que queriam fazer indagações independentemente de haver ou não respostas. Encerrada a sessão, os integrantes da CPI se retiraram para uma reunião fechada para discutir “questões de caráter administrativo” da comissão.
Nessa quarta-feira, 27, os cinco executivos do Grupo Schahin chamados a prestar depoimentos na condição de testemunhas na CPI – Carlos Eduardo Schahin, Milton Toufic Schahin, Salin Toufic Schahin, Rubens Toufic Schahin e Pedro Schahin – apresentaram decisão judicial autorizando-os a permanecer em silêncio diante dos questionamentos dos membros da CPI.
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As empresas do grupo, entre as quais a Schahin Petróleo e Gás e a Schahin Engenharia, estão sendo investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, por suspeita de formação de cartel e pagamento de propina. O Grupo Schahin firmou contratos com a Petrobras pelo arrendamento de cinco navios-sonda. No início do ano, a Petrobras rescindiu os contratos e, em seguida, a empresa entrou na Justiça com pedido de recuperação judicial.
A estratégia de permanecer em silêncio durante as oitivas foi usada também no dia 26 durante os depoimentos do presidente da Construtora OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, e do ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa João Ricardo Auler. Os dois foram presos na Operação Lava Jato e, atualmente, cumprem prisão domiciliar. O único a falar naquela oitiva foi o ex-vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Hermelino Leite. Durante o seu depoimento, ele disse que o pagamento de propina era uma “condição de funcionamento” na relação das empreiteiras com a Petrobras. Leite admitiu o pagamento de propina a agentes públicos e privados.
Durante os depoimentos feitos no dia 21, o vice-presidente da Engevix Engenharia, Gerson de Mello Almada, também optou por usar o direito constitucional de permanecer em silêncio. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro e corrupção, e encontra-se em prisão domiciliar.
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