O mês de outubro tem sido um desafio para quem trabalha com a agricultura. As constantes e torrenciais chuvas, que provocam cheias em diversas regiões gaúchas, atrapalham o desenvolvimento das culturas e a implantação da nova safra de grãos. Na região, os produtores de arroz e soja estão preocupados com as áreas alagadas. Conforme o engenheiro agrônomo Ricardo Tatsch, chefe do 5º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) do Irga, 90% dos 13.123 hectares apontados como intenção de plantio na região de abrangência (Rio Pardo, Pantano Grande e Passo do Sobrado) já estavam preparados e prontos para o plantio antes das enchentes. “Este ano os produtores adiantaram o preparo do solo, mas agora não conseguem plantar”, lamenta.
Somente em Rio Pardo, que é o maior produtor, a maioria das áreas orizícolas fica ao redor do Rio Jacuí, que atingiu a marca de 18 metros (maior cheia desde 1941) e que, nessa terça-feira, ainda estava 10 metros acima do normal. “Infelizmente, até as águas baixarem vai longe e as projeções climáticas não são favoráveis. Até novembro não há previsão de janelas de plantio. O atraso na semeadura provoca reflexos negativos na produtividade e lucro nas propriedades.” O agrônomo explica que para os cultivares de ciclo mais longo, no sistema pré-germinado, o período ideal de semeadura seria 20 de outubro. No semidireto ou convencional, com cultivares de ciclo médio, o prazo indicado vai até 15 de novembro.
Outra preocupação é com as lavouras que já estavam prontas. Dos 1.250 hectares de arroz semeados, 850 estão embaixo d’água no momento – 10% da intenção de plantio de 13.123 hectares da safra 2015/2016. No ciclo anterior, o 5º Nate totalizou 14.390 hectares de arroz nos três municípios atendidos. “Possivelmente podemos ter uma redução ainda maior depois da enchente”, comentou Tatsch.
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