Produtores que iniciaram cedo o plantio do tabaco já sentem os impactos negativos nas lavouras devido à chuva registrada nas últimas semanas no Rio Grande do Sul. O resultado é um solo muito úmido que prejudica o desenvolvimento das plantas.
Quem está preocupado com a situação é Cleomar Wrasse. Morador de Paraíso do Sul, ele teme que a produtividade fique comprometida em decorrência do clima. Esta foi a primeira vez que Wrasse apostou na cultura de inverno com o cultivo de 12 mil pés de tabaco. “Plantei em 15 de abril. Essa variedade de inverno estava muito bonita na lavoura, mas a qualidade foi muito afetada com a presença de fungo, principalmente nas folhas”, conta.
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Ele ressalta que terá perdas por causa da chuva. “O tabaco tem a qualidade comprometida; então as empresas não valorizam”, lamenta. Wrasse disse que plantou mais uma remessa, de outra variedade. “Essa não está sendo muito afetada pelo mofo.”
Assim como na lavoura do produtor de Paraíso do Sul, outros agricultores que antecederam a plantação sofrem com o problema. De acordo com o engenheiro agrônomo e gerente de Produção da Profigen Brasil, Flávio Hoff, o excesso de chuva torna mais comum o surgimento de algumas doenças. “Principalmente o fungo oídio. Para se desenvolver, ele precisa de um período climático bem definido com noites frias, temperatura amena e pouco sol, afetando as folhas da planta.”
A presença do fungo reduz drasticamente o valor comercial do tabaco. “Infelizmente não há muito o que ser feito. Para amenizar os danos, o produtor pode fazer a colheita das folhas baixas para arejar a planta e reduzir a incidência de fungos, mas não é muito eficiente.”
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Os dias chuvosos também impedem o trabalho do produtor dentro das lavouras, agravando a situação das plantas, que acabam não recebendo o manejo correto. O engenheiro agrônomo Flávio Hoff ressalta que até o trabalho da empresa é dificultado. “Não estamos conseguindo acessar grandes lavouras por causa do alto volume de chuva.”
O excesso de água no solo também afeta o sistema radicular da planta de tabaco – que não tolera por muito tempo a falta de oxigênio no solo em virtude da alta umidade. “Isso causa o apodrecimento do sistema radicular, e tende a se agravar daqui para frente com a chegada do calor”, afirma Hoff.
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Conforme o engenheiro, a raiz não terá capacidade suficiente para manter o tabaco sadio, pois ela vai absorver menos água e nutrientes. “A planta pode acabar murchando e sendo queimada pelo sol, e até morrer ou apresentar o sintoma ‘amarelão’.”
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O vento forte deu lugar ao granizo no início da manhã dessa terça-feira, 27, na região Centro-Serra e outras partes do Estado. Em Sobradinho, a chuva de granizo ocorreu por volta das 6 horas. Moradores da cidade e interior ficaram apreensivos com a situação. Nos registros da fotógrafa Iara Krisna Puntel da Silva, na localidade de Campestre, as pedras de gelo atingiram hortas e também as parreiras em estado avançado de brotação.
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Em Santa Cruz do Sul e áreas próximas também houve incidência de granizo no início da manhã, junto com fortes pancadas de chuva. O meteorologista Luiz Fernando Nachtigall, da MetSul Meteorologia, informou que uma baixa pressão reforçou o cenário de instabilidade no Estado nessa terça, com circulação de nuvens muito densas e carregadas sobre a região. Isso trouxe chuva localmente forte, raios, trovoadas, vento e queda de granizo.
O risco de temporal diminui nesta quarta-feira, mas durante a manhã ainda há chance de chuva intensa. Ao longo da tarde o tempo deve melhorar, com o ingresso de ar seco e frio. A quinta e a sexta-feira devem ser de tempo bom, com temperaturas mais baixas. O retorno da instabilidade deve ocorrer no próximo sábado, mas de forma moderada.
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