Vital para o desenvolvimento de qualquer cultura agrícola, a chuva quando em excesso pode trazer problemas aos produtores de tabaco. Apesar do volume em Santa Cruz do Sul estar dentro do esperado para os primeiros dez dias de agosto, a precipitação acentuada afeta a produção. Entre os dias 1º e 7, menos de 5 milímetros de chuva foram registrados na estação meteorológica da Gazeta Grupo de Comunicações, no centro da cidade. Porém, houve o registro de mais de 30 milímetros nos três dias seguintes.
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A situação é semelhante em todo o Vale o Rio Pardo, o que exige atenção. Segundo o engenheiro agrônomo e gerente de Produção e Serviços Agronômicos da Profigen Brasil, Flávio Hoff, para prevenir os problemas com o excesso de chuva, o caminho é planejar as atividades no campo e adotar boas práticas no plantio.
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Hoff salienta que alguns produtores ainda estão na fase de produção das mudas, e o clima úmido pode acarretar doenças quando as plantas estão no canteiro. “Por mais que esteja chovendo, em algum momento o produtor tem que realizar a abertura do canteiro para fazer a ventilação no sentido de reduzir a umidade”, observa.
O solo encharcado pode resultar no apodrecimento de algumas plantas, se o problema persistir por muito tempo. Sem o manejo adequado, muitos produtores precisam atrasar o transplante das mudas, o que também exige cuidados, pois no canteiro elas precisam ser podadas. Além disso, a demora pode causar problemas no desenvolvimento da planta.
Nirlei Storch, engenheiro agrônomo e gerente de vendas da Profigen, observa que a preparação do solo também é importante para evitar perdas na lavoura de tabaco. “É importante plantar em cima de um camalhão, uma área mais alta, para ter drenagem, pois a planta não gosta do excesso de umidade”, ressalta.
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Já o melhorista de plantas da Alliance One, Ezequiel de Oliveira, explica que o excesso de água na lavoura prejudica o crescimento das raízes do tabaco. “Pode enfraquecer as mudas transplantadas e favorecer o aparecimento de doenças. As chuvas constantes podem carregar o adubo já aplicado, deixando as plantas mais fracas pela menor oferta de fertilizante.”
A perda da eficiência dos fertilizantes em virtude de chuva em demasia torna-se uma grande dor de cabeça para o produtor. Os insumos representam importante parte do custo da lavoura, complementa Flavio Hoff.
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O agricultor Giovani Weber, colunista da Gazeta do Sul, controla a produção de tabaco para evitar que as doenças se instalem no canteiro. Ele destaca que uma boa muda é fundamental para iniciar a safra. Neste ano, com um inverno bastante chuvoso, as plantas tiveram menor incidência do sol.
“Mesmo quando não estava chovendo, estava nublado, e a muda precisa do sol. Em dias assim às vezes a gente deixa o canteiro mais fechado, mas debaixo da lona há muito abafamento, a muda transpira e o local esquenta. Para bactérias, fungos e doenças é um prato cheio”, diz.
Depois que doenças afetam as mudas, Weber ressalta que o controle precisa ser redobrado com o uso de defensivos e a orientação de um agrônomo. Os fungos e bactérias muitas vezes se instalam nas bandejas onde a muda é colocada. O ideal, segundo ele, é evitar as feitas de isopor, pela facilidade com que as bactérias ficam no material. Convém realizar a limpeza adequada, mas existem opções de bandejas de plástico, menos suscetíveis a carregar a doença, que pode afetar inclusive a safra seguinte.
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A família de Weber aproveitou o dia ensolarado de ontem para fazer o transplante. “Neste ano, mesmo com todas as dificuldades, estamos rigidamente colocando o defensivo. É um ano em que a gente se atrasou nas mudas, porque o clima não colaborou, mas estamos com uma muda saudável.”
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