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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Excesso de chuva afetou a safra de melancias na região

Entre os hábitos típicos do verão está o consumo de frutas. E nessa hora, a melancia se destaca na preferência dos consumidores. Além de refrescante, é considerada uma boa fonte de hidratação, pois é composta por 90% de água e rica em vitaminas, como A e C, além de sais minerais como cálcio, fósforo e ferro. Com todos esses pontos a favor, as barracas instaladas em Santa Cruz do Sul, bem como os supermercados, registram aumento na procura. No entanto, como em outras tantas culturas de verão, a fruta sofreu os impactos do clima, especialmente o excesso de chuva.

Quem já notou a diferença é Gilmar José Kirst, de 65 anos. Há cerca de cinco anos é responsável por uma tenda na Avenida Prefeito Orlando Oscar Baumhardt, logo na entrada de Linha Santa Cruz. Segundo ele, a procura está dentro do esperado, mas a safra anterior foi melhor. “Ano passado eu cheguei a vender em torno de 5,8 mil melancias, hoje estou na faixa de 3,5 mil e dificilmente vai aumentar”, afirma. 

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Para o vendedor, o fator principal para atrair os clientes é a qualidade. O valor também interfere nas vendas. Em sua banca, as melancias são vendidas por valores entre R$ 15,00 e R$ 40,00. O morador de Linha Santa Cruz não produz o que vende e repassa as frutas trazidas de Goiás, São Paulo, Rio Pardo e outras regiões. Apesar da interferência devido às chuvas volumosas, Kirst diz que há boa aceitação. “O pessoal está gostando e muitas vezes não se importa de pagar mais pela qualidade”, conta. 

Outro ponto de vendas em Santa Cruz fica no cruzamento das ruas Coronel Oscar Jost e São José, no Bairro Avenida. O vendedor Oli Rodrigues, de 52 anos, atua no local há dois anos e conta que a procura está menor comparada ao mesmo período do ano passado. O clima atípico também interferiu, e as vendas se iniciaram um mês depois do programado devido ao cultivo tardio.

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O preço no local varia de R$ 15,00 a R$ 35,00, dependendo do tamanho da melancia, e a venda deve ocorrer até final de fevereiro. “Apesar de algumas dificuldades no cultivo, a massa das melancias está boa e a fruta tem qualidade”, afirma Oli. Além disso, o ponto oferece algumas unidades de pepino, melão, moranga e limão. Conforme o vendedor, a produção é própria, vinda da localidade de Passo da Areia, no interior de Rio Pardo.

Cultivo prejudicado pelo clima

Rio Pardo é conhecido por ser um dos municípios que mais produzem melancias na região. Conforme o extensionista rural da Emater, João Francisco da Silva Gomes, a maioria das lavouras está nas localidades de Passo da Areia, Passo da Taquara, Passo da Cavalhada, Pederneiras, Barragem e Passo do Adão. A área de plantio do município reduziu consideravelmente e hoje está em 400 hectares, sendo que já chegou a 2 mil. “Este ano o clima prejudicou bastante a cultura, assim como as temperaturas”, aponta. 

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Devido às dificuldades, as frutas estão menores e com baixa produtividade por hectare. “E isso faz com que aumente o valor, o que estamos vendo”, exemplifica Gomes. Ainda segundo ele, o ano foi difícil para os produtores, pois apesar de o valor recebido pela fruta estar alto, a produtividade não está compensando. 

Assim como outras culturas de verão, o plantio da melancia atrasou por causa da umidade excessiva em Encruzilhada do Sul, como explica o técnico agrícola e extensionista Marco Antônio Santos, da Emater. As frutas devem ser colhidas nos próximos dias, e o município contabilizou em torno de 1,2 mil hectare de área de plantio neste ano. “A expectativa da produtividade média é chegar em 30 toneladas por hectare, até um pouco mais onde tiver área irrigada”, antecipa.

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De acordo com Santos, a maior parte da produção de Encruzilhada tem como destino o mercado do Rio Grande do Sul, assim como de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ele conta que a maioria dos produtores que estão na cidade vêm da Região Carbonífera, onde a plantação ocorre mais cedo. “Eu percebo que é um mercado complexo. Está na mão de poucos e são pessoas bem especializadas”, enfatiza.

Foto: Rafaelly Machado

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