Em uma investigação detalhista, que contou com um trabalho minucioso de perícia, a Polícia Civil concluiu nesta quinta-feira, 19, o inquérito do homicídio mais brutal registrado em 2023 na região. Trata-se do caso de Andressa Caroline de Lima de Freitas, de 27 anos, morta com requintes de crueldade em 15 de outubro do ano passado, em uma residência da Rua Marechal Rondon, no Centro de Encruzilhada do Sul.
O caso gerou grande repercussão no Estado, sobretudo pelas circunstâncias em que o crime ocorreu. A vítima, que era garota de programa, foi torturada, teve os dentes quebrados e parte de um banco introduzido nas partes íntimas. Em golpe fatal, o autor ainda pregou um parafusando de 12 centímetros na cabeça dela, o que ocasionou a morte.
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O inquérito é assinado pelo delegado Róbinson Palomínio e aponta um homem de 22 anos como autor. E essa autoria esclarecida tem base científica. Na cena do crime, foram coletadas amostras de sangue pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). As análises retornaram no início desde ano, dando positivo para cromossomos do sexo masculino em itens encontrados na casa onde ocorreu o assassinado, como no banco, martelo e parafuso.
“Com essa confirmação, coletamos DNA de todos os suspeitos que tínhamos na nossa investigação, que incluía um homem que esteve com ela em um programa, um ex-namorado que a tinha ameaçado na semana do crime e matadores de facção e traficantes que ela tinha relação”, explicou Palomínio. Segundo o chefe da Delegacia de Polícia (DP) de Encruzilhada do Sul, foram cumpridos mandados em maio nas casas dos investigados, em que itens pessoais deles foram apreendidos.
“Nesta semana, veio o resultado das análises, dando positivo para um rapaz que tinha feito um programa com ela naquela noite, mas que em depoimento na época tinha dito que no meio do caminho ela falou ao telefone e o dispensou, nem chegando a ir até a casa dela”, relatou o delegado. Com o resultado de perfil genético compatível com o acusado, comprovando de forma inequívoca sua participação, foi realizada a prisão dele na noite desta quarta-feira, 18, em Encruzilhada do Sul.
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Em depoimento formal após a captura, o jovem de 22 anos, que não tinha antecedentes, preferiu permanecer em silêncio. Ele foi conduzido ao Presídio Estadual de Encruzilhada do Sul. Seu nome foi mantido em sigilo pelas autoridades policiais. Em termos de motivação, o responsável pela DP de Encruzilhada acredita que possa ter ocorrido um desacerto, após a relação sexual entre autor e vítima, na questão dos valores pagos pelo programa.
“Motivado por esse desacerto, e por estar embriagado e sob efeitos de drogas, ele acabou matou ela”, salientou o delegado Palomínio, que considerou esse como o caso mais grave em que trabalhou na carreira. “Foi um trabalho investigativo complicado, de um crime brutal, sem testemunhas, câmeras ou provas em celular.” Por fim, o chefe do inquérito ressaltou a importância de manter a residência isolada para o trabalho da perícia.
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“O isolamento foi fundamental para a cena do crime não ficar contaminada. E a perícia foi essencial, assim como nossa investigação, que refez os passos da vítima e identificou suspeitos para poder comparar o perfil com o sangue encontrado no local do assassinato”, finalizou o delegado Róbinson Palomínio. O preso vai responder por homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras de recurso que dificultou a defesa da vítima (pega de surpresa com o ataque) e meio cruel (tortura).
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