Polícia

Ex-pistoleiro Marcelinho será julgado por assassinato de homem em frente à filha

Um forte esquema de segurança será montado nesta quarta-feira, 5, na área interna do Fórum de Santa Cruz do Sul e vias próximas. O ex-pistoleiro Marcelo do Carmo, o Marcelinho, de 37 anos, será julgado no tribunal do júri por um dos homicídios mais cruéis registrados no município ao longo dos últimos anos. O matador da facção Os Manos é acusado de ser o mandante do assassinato de Thiago Maciel de Borba, de 32 anos, ocorrido em 10 de setembro de 2018.

Na ocasião, por volta das 19h30, na Rua São Filipe, Loteamento Beckenkamp, Bairro Dona Carlota, Tchaco, como o rapaz era conhecido, foi assassinado em frente à própria filha. Ele chegava em casa com a criança de seis anos na garupa de uma motocicleta quando foi surpreendido por homens que apareceram atirando de dentro de um carro. Thiago, em uma tentativa desesperada de salvar a menina, empurrou a criança para um lado e correu a pé para outro, mas foi atingido por quatro tiros na região do peito.

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A esposa do homem chegou da casa de familiares minutos depois do crime. Ao ver a moto atirada no chão, ela se certificou de que a filha estava segura – na casa de vizinhos – e saiu em busca do marido. A mulher o encontrou ainda respirando e foi pedir ajuda. Porém, o homem de 32 anos morreu logo em seguida. Segundo ela, o casal e a filha moravam atrás da casa da mãe dele, no Loteamento Beckenkamp.

Assassinato de Thiago ocorreu na Rua São Filipe, Loteamento Beckenkamp

A investigação do caso foi realizada pela 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP). Alessander Zucuni Garcia, responsável pelo inquérito, está confirmado para depor no júri, que será presidido pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse e terá início às 9h30. Rogério Fava Santos será o promotor de justiça e a defesa dos acusados será feita pelo defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior. Um jovem de 21 anos, que na época do delito tinha 17, também foi identificado como envolvido no homicídio e será julgado em outro momento pela Vara da Infância e da Juventude. Além do delegado, este rapaz também prestará depoimento no júri. Atualmente, ele está preso no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Seu nome não foi revelado pelas autoridades policiais.

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Quarteto já foi julgado e condenado por outro homicídio

Agentes da Divisão de Segurança e Escolta (DSE) do Núcleo de Segurança e Disciplina (NSD) da Polícia Penal farão o transporte de Marcelinho da Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC) até o Fórum de Santa Cruz. Além dele, Anderson dos Santos Ramos, de 26 anos; João Carlos Godoy, de 40; e Deividi dos Santos, conhecido como “Vivi”, de 31, que integravam o bando do ex-pistoleiro, também vão ser julgados pelo homicídio.

Thiago tinha 32 anos

Os dois primeiros estão na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva) e o último no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Enquanto Marcelinho já cumpria pena na época do assassinato, Deividi, João Carlos e Anderson foram detidos na chamada Operação Filhos das Grades, deflagrada no dia 14 de setembro de 2018, quatro dias após o assassinato de Thiago.

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A ação envolveu 43 policiais das 1ª e 2ª DPs, Defrec, DPPA, Deam e DPCA. O primeiro teria fornecido as armas para os dois seguintes efetuarem o crime. O mesmo quarteto, que irá responder nessa quarta-feira por homicídio qualificado em virtude do recurso que dificultou a defesa da vítima, foi indiciado pela Polícia Civil, denunciado pelo Ministério Público e condenado no tribunal do júri por outro homicídio registrado pouco tempo antes do cometido contra Thiago.

Em 27 de agosto de 2018, Denian Marcel de Oliveira, de 19 anos, foi assassinado a tiros no Bairro Várzea. Em 24 de novembro do ano passado, Marcelinho foi condenado a 14 anos de prisão por este assassinado. Em outro julgamento, em 30 de março deste ano, pelo mesmo delito, Anderson foi condenado a 14 anos e três meses, enquanto João Carlos pegou 16 anos e quatro meses e Deividi pegou 8 anos e quatro meses de reclusão.

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