No dia 26 de abril, o comandante do 14º Regimento de Cavalaria Mecanizado (14RCmec), conhecido como Regimento Lanceiros do Ponche Verde, de São Miguel do Oeste, em Santa Catarina, prestou uma homenagem em comemoração ao centenário do ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) Lindolfo Guilherme Arend, que lutou em solo italiano durante a Segunda Guerra Mundial.
O “herói brasileiro”, como é tratado pelo Regimento, nasceu em São Pedro do Sul e chegou a residir em Santa Cruz do Sul por cerca de 15 anos após retornar da Itália.
Na homenagem do Exército, no aniversário do centenário do combatente, no dia 26 de abril, também foram comemorados os 75 anos da Vitória das Forças Aliadas na Segunda Guerra Mundial, celebrados pelo Exército brasileiro no dia 8 de maio.
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UMA VITÓRIA DE TODO O BRASIL
O comandante do 7º Batalhão de Infantaria Blindado, com sede em Santa Cruz do Sul, coronel Fernando Barcellos da Rosa, ressaltou que o “Dia da Vitória” é importante para o Brasil. Conforme o coronel, mais de 25 mil brasileiros, sendo cerca de 100 combatentes do 7º BIB, estiveram na Segunda Guerra Mundial.
“Eles estavam lá presentes junto com os demais aliados da nossa Força Expedicionária Brasileira. Participamos, estávamos lá, o Dia da Vitória é muito importante para todo o Brasil e para o povo brasileiro. Nossa tropa foi a única da América Latina que participou no combate”, destacou. Em Santa Cruz há um memorial na Rua Independência, próximo ao Parque da Oktoberfest, que faz referência à data.
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As lembranças dos bailes na região, e o gosto por cozinhar
Trabalhador desde bem cedo, Lindolfo só deixava a labuta por convites de baile. Ele contou que aprendeu a dançar xote, valsa, bandinha e outros ritmos em escola de música em Santa Maria. Na época, com 13 anos, chegou a vencer concurso naquela cidade.
“Meu pai sempre dizia que filho seu não ia a baile para ficar segurando os cantos. Sempre gostei e gosto até hoje de dançar”. Em Santa Cruz, Arend recorda-se de festas no Salão Frantz, nas comunidades de Paredão, Rio Pardinho, Rio Pequeno e no Salão Kothe, locais onde ia com sua companheira Lucina, com quem viveu por 65 anos.
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“Fiquei em Santa Cruz até 1960. Nesses 15 anos na cidade, cheguei a trabalhar na Mercur, fui chefe de seção por sete anos. Morava na curva próximo da Gruta. Saí, recebi meus direitos e, depois de vender a casa, me mudei para São Miguel do Oeste, onde estou até hoje”, contou. Assim como em 1945, Lindolfo migrou de cidade a pedido de outro irmão, que havia ido morar em Santa Catarina.
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Atualmente, seu Lindolfo mora com a nora Marilete (viúva de Lúcio, filho do ex-combatente), a neta Jéssica, o neto Maicon com a esposa Luana e o bisneto Miguel. “Não fosse a pandemia, eu ia ganhar uma festa. Quando essa fase passar, vamos fazer. Tinha até patrocinador”, brincou.
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O herói de guerra comemora a boa saúde; frisou ter apenas incômodo nos pés por conta de artrites e de uma anemia crônica. “Mas estou bem, igual um guri”, diz. Com a Covid-19, não sai mais de casa e busca se manter ativo; faz desde o café até mondongos para a família. “Eu acordo antes de todos. Preparo o café e vou assistir televisão. Gosto de cozinhar. Tenho receitas que ninguém sabe fazer, e eles (os netos) adoram.”
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