Santa Cruz do Sul será sede, no dia 25 deste mês, do 1º Fórum da Empregabilidade da Pessoa com Deficiência. A iniciativa, promovida pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Compede) e Fundação Gaúcha de Trabalho e Ação Social (FGTAS/Sine), reunirá empresas, poder público e pessoas com diferentes tipos de deficiência. Essa é uma forma, acredita a coordenadora do Sine, Solange Finger, de inserção no mercado de trabalho.

Criar mecanismos que signifiquem oportunidades está entre as ações do Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência – Viver Sem Limites. Ele foi elaborado em 2011, no governo da presidente Dilma Rousseff, e deve ter uma nova versão ainda neste ano. Isso porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que, em 120 dias, uma força-tarefa integrada por nove ministérios e a Casa Civil deve entregar texto atualizado.

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Solange destaca que, em Santa Cruz, o Sine realiza todas as quintas-feiras encontros de capacitação com alunos do Ensino Médio para a orientação de como elaborar currículo, carteira digital e questões como o seguro-desemprego. “Tivemos a presença, em uma ocasião, dos alunos surdos da Escola Rosário e isso nos serviu de alerta”, destaca. Ela conta que, dia 28 de abril, foram mais de cem estudantes acompanhando a orientação dos integrantes da equipe de Porto Alegre, que é especializada no assunto.

A repercussão foi positiva e chegou aos secretários estaduais. Assim, a ação que era local torna-se fórum regional e deve ser transformada em projeto estadual. “Foi emocionante ouvir o relato de um aluno, que é 100% cego, agradecendo e relatando o quão foi importante esse momento para ele”, conta. Como medidas de integração são propostas dinâmicas, que permitem o entendimento do cotidiano daqueles que não enxergam, não ouvem, têm alguma deficiência intelectual ou física.

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A programação do Fórum da Empregabilidade será na Câmara de Vereadores, com diferentes momentos. Primeiro será direcionada a todos os participantes, depois serão criados grupos para orientações específicas. “Muitas vezes, as empresas querem empregar pessoas com deficiência, mas lhes falta orientação de uma forma geral e também aos futuros colegas que, muitas vezes, não sabem como recebê-los”, explica.

Compede e FGTAS/Sine devem reforçar o convite para empresas, com o intuito de que possam encaminhar alguma contratação durante a realização do fórum. “O evento terá como foco bem prático a preparação das empresas na contratação e manutenção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Também teremos uma oficina prática para pessoas com deficiência”, reforça a presidente do Compede, Francine Beatriz da Silva.

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Em busca de inserção

Santa Cruz do Sul conta com um órgão que é focado na busca da ampliação dos direitos e conquistas das pessoas com deficiência. O Compede, presidido por Francine Beatriz da Silva, é integrado por representantes do poder público e instituições da sociedade civil ligadas às pessoas com deficiência, como entidades que atuam com do espectro autista, surdos, deficientes físicos, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

“Nós fazemos eventos pontuais para promover debates e buscar melhorias, como será o fórum de empregabilidade, em parceria com o Sine, para tentar ajudar na inserção no mercado de trabalho”, reforça Francine. Ela acrescenta que, em junho, será promovida a Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência para discutir o acesso aos serviços públicos. Depois, vem a campanha Agosto Laranja. Há outras atividades como jogos de inclusão, parcerias de promoção e divulgação.

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Além do trabalho para a formação conceitual, o Compede atua de modo prático, como por meio das sugestões à comissão da Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp) para melhorar a acessibilidade na Oktoberfest. Um outro pedido, feito no ano passado e que deve ganhar repercussão, é o da instituição de mais políticas públicas voltadas a essas pessoas. Recentemente, como consequência, o Município criou o Departamento Municipal da Inclusão da Pessoa com Deficiência. “Já fomos atendidos parcialmente com a criação desse órgão, mas entendemos que outras medidas podem ser tomadas”, afirma Francine.

Bons projetos

Pelo menos duas ações do Município servem de exemplo como políticas públicas para atendimento às pessoas com deficiência. A Central de Libras, criada em 2017, atende as pessoas surdas dentro da Prefeitura e em diversos locais, como os pontos de serviços essenciais: a polícia, cartório, consultas médicas e agência bancária.

Outra medida é o projeto Escola Inclusiva. O Município firmou novo termo de colaboração com a Associação Pró-Ensino em Santa Cruz (Apesc), mantenedora da Unisc, para manutenção e contratação de estagiários para acompanhamento de alunos do Ensino Fundamental com algum tipo de deficiência, transtorno do espectro autista ou altas habilidades/superdotação.

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