As mulheres que atuam no meio rural deram um novo tom ao debate sobre a valorização feminina, nos dias 15 e 16 de agosto, em Brasília. Coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Marcha das Margaridas, como é conhecido o evento, leva à capital federal uma série com 11 eixos propositivos, que têm a intenção de destacar a importância feminina no agronegócio e a necessidade de criar políticas públicas para manter as famílias no meio rural.
A representante do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Santa Cruz do Sul, Salete dos Passos Faber, apresentou relatório da participação do grupo do Vale do Rio Pardo. Ao participar da tribuna livre da Câmara no início da semana, ela disse que o pleito das 45 mulheres da região se somou às cerca de 150 mil pessoas que estiveram em Brasília. Entre os apontamentos entregues à União estão a educação do campo, a valorização do programa Saúde da Pele, que distribui protetor solar para produtores, o estabelecimento de linhas de financiamento, via Pronaf, para investimento e custeio, além de questões como habitação rural e disponibilização de acesso à internet, como forma de manter os jovens no setor primário.
LEIA MAIS: 800 trabalhadoras rurais gaúchas participam da Marcha das Margaridas
Publicidade
A necessidade de atenção à violência doméstica também ganhou reforço, porque é considerado de forma diferenciada em relação ao que ocorre no meio urbano. “Concentramos energia na questão da violência doméstica, que ainda é mais velada no meio rural pelo distanciamento”, disse.
A possibilidade de ter creche para cuidar das crianças foi outro assunto levantado. Salete explica que é uma das dificuldades enfrentadas pelas mulheres que atuam na agricultura, que não têm onde deixar os filhos quando vão para a lavoura. “A questão da aposentadoria aos 55 anos também foi tratada, porque as mulheres rurais têm três, quatro jornadas de trabalho, em casa, na lavoura, na comunidade”, acrescentou.
LEIA TAMBÉM: Mulheres representam a região em Brasília na Marcha das Margaridas
Publicidade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, no encerramento da 7ª Marcha das Margaridas, a retomada do Programa Nacional de Reforma Agrária com prioridade para as mulheres rurais, no processo de seleção das famílias beneficiadas pela política pública. Essa demanda das margaridas por democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais está na pauta de reinvindicações apresentadas ao governo federal, em junho deste ano. As propostas do movimento foram cobradas por cerca de 150 mil mulheres que compareceram aos dois dias da marcha, na capital federal.
O novo decreto presidencial sobre a seleção de famílias que serão beneficiárias da reforma agrária altera a legislação anterior (Decreto 9.311/2018). Pela nova regra, a pontuação para as mulheres chefes de família passa de cinco para dez pontos. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, comentou os anúncios. “Nunca antes na história deste Brasil se deu uma resposta com tanta intensidade à Marcha das Margaridas e às demandas das mulheres do nosso país.”
LEIA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO PORTAL GAZ
Publicidade
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!
This website uses cookies.