O Departamento de Defesa dos Estados Unidos estuda a possibilidade de abrigar crianças imigrantes que foram separadas dos pais na fronteira em bases militares, segundo divulgou o Pentágono nesta quinta-feira, 21. O pedido veio do Departamento de Saúde, que administra os abrigos onde as crianças são atualmente mantidas – incluindo 49 brasileiras, conforme revelou o jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o Pentágono, foram solicitadas 20 mil vagas temporárias, o que praticamente triplicaria a capacidade atual do sistema de abrigos, que é de 12 mil leitos. Esses locais hospedam tanto crianças que foram separadas dos pais, devido à nova política de tolerância zero da administração de Donald Trump à travessia ilegal da fronteira, quanto adolescentes que fizeram o percurso sozinhos (normalmente, fugidos da violência em seus países de origem, na América Central). Quatro bases militares (três no Texas e uma no Arkansas) já foram visitadas por funcionários do governo para estudar a possibilidade.
O Pentágono destaca, porém, que isso “não quer dizer que alguma ou todas as crianças sejam abrigadas nesses locais”. Foi a ordem executiva assinada nesta quarta-feira, 20, pelo presidente Donald Trump, que pretende acabar com a separação de famílias, que abriu a possibilidade de o Departamento de Defesa (DoD, na sigla em inglês) cooperar com a assistência aos menores. O texto prevê que “o secretário de Defesa deve tomar todas as medidas legais possíveis para, a pedido da secretaria [de Segurança Doméstica], prover quaisquer locais existentes e disponíveis para a hospedagem e cuidado de famílias estrangeiras”.
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O documento estabelece inclusive a possibilidade de que o DoD construa novos abrigos com esse fim e seja reembolsado pelo investimento. “Existem muitos meios alternativos que são mais viáveis, preservam a administração da justiça e fazem sentido”, comentou à reportagem a advogada Bruna Frota, brasileira especializada em imigração e que também atua na área da fronteira. Atualmente, quase 11 mil crianças imigrantes estão hospedadas no sistema. Dessas, pelo menos 2 mil foram separadas dos pais, segundo dados do governo americano. O governo ainda não esclareceu como vai fazer para que as famílias permaneçam juntas enquanto transcorre o processo pela entrada ilegal, conforme determinou a ordem executiva de Trump.
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