O governo dos Estados Unidos não descarta aplicar novas sanções contra membros do governo de Daniel Ortega para frear a violência do regime na Nicarágua – onde cerca de 360 pessoas morreram desde abril, segundo a Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos. “Todas as cartas estão na mesa”, afirmou o embaixador Todd Robinson, conselheiro para assuntos da América Central do Departamento de Estado, nesta quinta-feira, 19.
Pelo menos três autoridades do governo de Ortega já tiveram bens e aplicações financeiras bloqueados nos EUA. O embaixador ainda incentivou que outros países, como México, Canadá e a União Europeia, façam o mesmo. “Isso é muito importante e efetivo para evitar que as autoridades nicaraguenses usem nosso sistema financeiro em seu benefício”, disse Robinson. “Vamos seguir investigando e revisando nossa lista [de sanções].”
O governo dos EUA também já revogou e restringiu a concessão de vistos americanos para membros do regime Ortega. A ideia é coibir a violência do Estado contra manifestantes, que iniciaram os protestos por causa de uma reforma da Previdência, em abril, mas intensificaram os atos diante da repressão violenta do governo.
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Robinson ainda rebateu as afirmações do governo de que a Nicarágua está sob a ameaça de um golpe de Estado movido por grupos terroristas – como afirmou o representante do país na OEA (Organização dos Estados Americanos), nessa quarta-feira, 18. “São civis, gente que está protestando contra as ações de seu próprio governo, e que tem o direito constitucional de fazê-lo”, declarou. O embaixador afirmou que a posição dos EUA, um dos patrocinadores da resolução da OEA que critica a violência do governo, é a mesma da comunidade internacional, e negou intervencionismo now país.
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