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Tragédia

“Eu vi a morte de perto”, relata moradora de Roca Sales que ficou ilhada em residência

Em Roca Sales, 12 pessoas morreram na tragédia | Foto: Governo do Estado

A pequena cidade de Roca Sales, com população de 10,4 mil habitantes, se transformou em um cenário de destruição nessa terça, 5, e quarta-feira, 6. Casas arrastadas pela correnteza, famílias andando a esmo pelas ruas e destroços são vistos em qualquer lado para o qual se olhe.

Em entrevista ao repórter Lucas Malheiros, da Rádio Popular, o prefeito do município, Amilton Fontana, afirmou que a estimativa é de que cerca de 70% da cidade tenha sido destruída. “Nós não tínhamos nem acesso à cidade, tivemos que construir um acesso aqui rapidamente, para o pessoal, no mínimo, conseguir circular. A gente está dando um passo de cada vez, está muito difícil. Destruiu a cidade, acabou com o nosso comércio, com a indústria”, comentou.

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Todo o município sofre, além da destruição, com a falta de itens básicos. “A gente não tem nada; a gente não tem água, a gente não tem luz, a gente não tem sinal de internet, a gente não tem comunicação”, disse Fontana. “Para quem puder nos ajudar com água, principalmente água ou alimentação, porque nos primeiros dias a gente precisa só sobreviver. Foi tudo levado pela água”, pontuou, emocionado.

Moradores de Roca Sales ficaram ilhados

Nas ruas de Roca Sales, muitas famílias tentam resgatar o pouco que podem entre os destroços das residências. Além da força da correnteza, que levou muitas casas adiante, a água invadiu os espaços. Em alguns pontos, a água atingiu a marca de dois metros de altura dentro dos ambientes.

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Uma das moradoras da cidade, que conversou com a equipe da Rádio Popular, relatou os momentos de pânico durante a madrugada desta quarta-feira. “Veio tudo muito rápido, muito rápido. Não tem explicação. A gente não tinha nem o que pensar, porque a água começou a entrar dentro de casa e os móveis começaram a virar, a gente não tinha como sair”, detalhou.

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“Eu cuido de uma professora e eu estava junto com ela. Nós não tínhamos por onde sair. Por fim, subimos na mesa, ficamos a noite toda com água na cintura.” Nem mesmo o resgate aéreo conseguiu auxiliar as duas mulheres. “A gente não tinha acesso aos helicópteros, a gente até fazia sinal pra eles, mas não tinha como chegarem. Porque nós estávamos nos fundos da casa, onde tem uma grade, que a gente não conseguia abrir”, explicou.

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Na parte frontal do imóvel, a correnteza era forte demais. “Eu agradeço muito a Deus por estarmos vivas, eu vi a morte de perto. A gente ia fazer o quê? Não tinha como sair com a água ali e eu tinha ela, tinha que ficar na mesa com ela, não tinha aonde ir”, relatou, emocionada.

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Emoção e esperança

O prefeito de Roca Sales destacou a gravidade da situação durante a entrevista à imprensa local. “Com certeza as pessoas estão totalmente abaladas e perdidas, porque, na verdade, foi um choque muito grande para todo mundo. E até a gente pensar que vamos ter que começar a reconstruir tudo de novo, é difícil”, disse.

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“Quando amanheceu o dia de ontem [terça-feira] a gente tinha mais de 50 pessoas em cima de telhados esperando o resgate”, relatou. Até o momento, foram confirmadas oito mortes no município. “Cada vez começa a chegar mais pessoas procurando pelos familiares e a gente não conseguiu acessar todas as casas ainda, a gente ainda não tem como calcular essa perda. Mas, com certeza, as notícias não vão ser boas.”

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Ele ainda destacou que a população precisará de apoio nos próximos dias. “Nós precisamos ter muita força e vontade. E eu, como prefeito, não posso desanimar, eu tenho que animar as pessoas. Nós vamos ter que reconstruir Roca Sales, começar do zero”, finalizou.

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