O advogado Jean Severo, está entre as 24 pessoas denunciadas por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro e receptação após uma operação da Polícia Civil desencadeada em setembro de 2018 na residência de Cássio Alves, integrante da facção Os Manos. Na denúncia, chamou atenção o nível de influência do criminalista. Segundo o procedimento, ele estaria no segundo escalão, abaixo apenas do líder Chapolin e “gozava da extrema confiança” dele. O restante da organização, inclusive Cássio e Tano, deviam obediência ao que ele repassava, a partir das conversas que teria tido com o chefe no presídio federal de Mossoró.
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Ele atuaria ainda ocultando bens dos traficantes e no branqueamento de capitais, fornecendo contas para a lavagem do dinheiro do tráfico e simulando negócios para impedir a identificação do patrimônio dos integrantes da organização. “Ao assim agir, Jean Severo assumiu a efetiva função de integrante do grupo criminoso, em completo desrespeito aos postulados da advocacia”, diz um trecho da denúncia.
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Nessa sexta-feira, a reportagem da Gazeta do Sul entrou em contato com Jean. O advogado comentou as acusações de lavagem de dinheiro, receptação e organização criminosa impostas contra ele. “É uma investigação que me causa muito espanto. Está mais do que claro que eu sofro uma perseguição da polícia e do Ministério Público, pela maneira como eu atuo profissionalmente, dentro dos limites éticos. Eles não gostam de ouvir algumas verdades”, salientou.
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À Gazeta, Jean Severo disse que já identificou as pessoas responsáveis por incluí-lo no procedimento, e elas não fazem parte do Poder Judiciário. “Organização criminosa não existe, porque é impossível passar informação pelo presídio federal. A questão da lavagem de dinheiro não existe também, porque são honorários que recebi como todo advogado criminalista. E na receptação, sequer existe um veículo. Essa perseguição começou no processo do Caso Rafael. Mais do que isso eu não posso falar no momento”, salientou.
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O advogado Jean Severo admitiu que representou Chapolin entre 2015 até a metade de 2019. Mas, desde então, não tem mais contato. Sobre Cássio Alves, salientou que o conhece. Atuou em 2018, defendendo-o em petições da Vara de Execução Criminal, mas também perdeu o contato. “Não falo com o Cássio há muito tempo”, disse.
“Esse caso é uma vergonha. Eles montaram esse processo pra mim, mas está respingando em muitas pessoas. Me colocaram abaixo apenas do Chapolin, como líder. Eu tô acima do Cássio na denúncia, dá pra acreditar? Esse excesso deles faz o processo ficar engraçado”, finalizou Jean Severo. A Gazeta também entrou em contato com a advogada que representa o santa-cruzense de 35 anos denunciado.
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De acordo com Maria Eduarda Vier Klein, ela ainda não teve acesso à denúncia. “Vou me manifestar no andamento do processo. Depois que o meu cliente for intimado da denúncia, vou apresentar a defesa”, disse a defensora, que é de Porto Alegre. Atualmente, Cássio Alves está preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Outros dois santa-cruzenses denunciados no caso são Vinicius Isidoro Silveira Rutsatz, de 33 anos, e Wagner da Silva Ribeiro, de 32.
A defesa deles é feita pelo advogado Mateus Porto. À Gazeta, o criminalista também ressaltou que seus clientes não foram formalmente citados. “Ainda não tive acesso à conclusão formal do inquérito policial e nem à denúncia do Ministério Público. Previamente, ambos os acusados que represento negam qualquer envolvimento criminal com os fatos investigados na Operação Astúcia”, enfatizou.
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