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“Eu não penso em voltar”, diz jovem retida nos Estados Unidos

Foto: Divulgação

Natália retornou ao Brasil nesta quinta

Já em solo Brasileiro, Natália Neto, de 17 anos, que ficou retida nos Estados Unidos, desabafou sobre a situação que vivenciou no país. A jovem viajou em fevereiro para um temporada com os tios e em 15 de agosto ao retornar de uma viagem ao México, ela acabou sendo parada na fronteira e teve os documentos apreendidos. Após extensa mobilização da família, ela foi liberada de um abrigo em Chicago e teve permissão para voltar.

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Natália, que é natural de Candelária, concedeu entrevista ao programa Rede Social da Rádio Gazeta, na tarde desta sexta-feira, 1º, e se disse aliviada pela resolução do problema. “Foi bem tenso no início, por que ninguém me dava muita informação. Fiquei muito perdida quando me levaram do México para uma cidade na fronteira no Texas onde fiquei e foi a pior noite pra mim, porque ninguém me falava nada. Achei que eu ia ser deportada de volta para o Brasil dois dias depois e o que acabou acontecendo foi que eu fui levada para Chicago.”

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A candelariense que esperava melhorar seu inglês e conviver com os tios, que são residentes do país, em Houston, além de conhecer uma nova cultura. Após uma curta visita ao México com os parentes que o problema da brasileira começou. Segundo Natália, seu passaporte era válido e o visto tinha validade de seis meses, como ela havia chegado em fevereiro ainda havia algum tempo para o retorno, mas ela acabou sendo pega na imigração.

“Eles fizeram muitas perguntas e eu acho que estranharam muito pelo meu tio e a minha tia terem passaportes de residente, porque são residentes americanos, e eu ter o passaporte brasileiro. Um agente perguntou o que estavam fazendo com uma brasileira,” conta. O tio comentou que ela havia até estudado no país, no entanto o visto de turista não permite o estudo nos Estados Unidos, mas a família alega que não sabia.

Natália teve o passaporte apreendido e o visto cancelado. Um dos policiais que atua na fronteira disse que os tios dela tinham características de tráfico humano, então ela teria que ficar afastada da família. A jovem foi transferida para um abrigo em Chicago, onde ficou retida por cerca de duas semanas.

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“O local é bem bonito e fiquei até mais tranquila quando vi. Eles me trataram bem, mas é muito regrado, não pode fazer nada. Eu não tinha acesso ao meu celular, tinha que usar as roupas que eles deram, não podia usar as minhas roupas, tinha horário para comer e horário para dormir. Não podia sair desse local, só para tomar sol uma vez por dia e depois voltava. Duas vezes por semana eu podia fazer uma chamada por dez minutos, a ligação era de má qualidade, a gente conseguia falar sobre o que estava acontecendo e o que a gente podia fazer para eu sair. Parecia um século que eu fiquei lá.”

A jovem conta que tentava se distrair e até conversava com outras brasileiras que estavam no abrigo, e que se sentia melhor ao conseguir falar com os pais. Uma funcionária do local, responsável pelo caso auxiliou a jovem a encaminhar os documentos de liberação e o tio foi buscá-la no dia 30 de agosto. Ela ficou com os familiares até a audiência em 21 de outubro e essa semana ela retornou ao Brasil acompanhada da mãe, que havia ido até os Estados Unidos para acompanhar a filha na audiência.

Quando perguntada sobre a possibilidade de voltar aos Estados Unidos após o problema com a imigração, Natália diz que por enquanto não. “Neste momento eu não penso em voltar não, mas o tempo passa né, a gente vai vivendo. Agora eu só penso em ficar aqui mesmo, nem pensar em viajar para outro estado do Brasil, quero ficar por aqui por um tempo.” Ela também agradeceu a ajuda que recebeu de amigos, conhecidos e da imprensa.

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