Um estudo da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) apresentou os diversos cenários que podem ocorrer dentro do desenvolvimento do novo coronavírus em Santa Cruz do Sul e região. Segundo o professor do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas do Campus de São Borja, Thiago Sampaio, o material prevê que a onda epidêmica parta da primeira transmissão comunitária na região (fato ainda não ocorrido) e dure 12 semanas, sendo o auge entre a sexta e a sétima semanas.
“Nosso estudo não visa gerar pânico na população, e sim esclarecer aos gestores o que poderá acontecer em cada município”, afirmou. Segundo ele, é estimado que 580 pessoas busquem internação nos leitos da região. “Na sexta semana, no melhor cenário teríamos 34 pessoas buscando esse atendimento emergencial, sendo que devem ser somadas às pessoas que já foram internadas nas semanas anteriores”, explicou. O professor explica que a projeção varia de 15% a 25% da população regional, com cerca de 350 mil pessoas atingidas pela Covid-19.
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“Estamos realizando essa projeção para que os gestores tenham um mecanismo que possa compreender como esse surto pode afetar os equipamentos da saúde pública. Nosso intuito é preparar essas prefeituras quanto à realidade de cada município”, afirma Sampaio. Conforme o material da Unipampa, as projeções para Santa Cruz do Sul, na hipótese de ausência de novas intervenções, apontam para 28 óbitos no melhor cenário e 80 no pior, com 48 mortes no cenário provável. Já em Venâncio Aires, o número de óbitos seria 17 no melhor cenário, 28 no cenário provável e 46 no pior. “Estamos trabalhando com dados do momento. Pode-se ter um aumento dos equipamentos, como novos leitos e compra de novos ventiladores. Isso reduziria os óbitos.”
Sampaio ainda ressaltou a necessidade de políticas para que a população tome consciência das medidas necessárias. “Isso pode fazer com que a gente fique mais próxima do melhor cenário. A variação vai depender muito de como as medidas serão trabalhadas nos próximos meses.” Entre os fatores que podem interferir nos resultados estão a disponibilidade de recursos, o atendimento da população às medidas que visam a não aglomeração e a ausência de confirmação dos diagnósticos e subnotificação de casos.
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Santa Cruz está pronta para os índices prováveis
Infectologista e um dos nomes à frente do Gabinete de Emergências da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, Marcelo Carneiro reconhece a importância do material, embora acredite que alguns dados do estudo divulgado pela Unipampa diferem da realidade. “Esse estudo deve ser considerado para análise da situação do município. Tenho críticas construtivas sobre ele e, nesse sentido, vamos agregar trabalho para fazer uma melhor previsão para a região”, ressaltou Carneiro.
Segundo o infectologista, na manhã desta segunda-feira, 13, uma reunião por vídeo será organizada entre ele, Thiago Sampaio, Renato Michel, do Núcleo de Pesquisa Social (Nupes) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc); e Andréia Valim, do Programa de Mestrado e Doutorado em Promoção da Saúde, também da Unisc. “Faremos uma reavaliação após algumas particularidades e ajustes de informações, para aí sim pegar esse estudo, levar ao secretário de Saúde e traçar uma estratégia direcionada.” Segundo Carneiro, a Secretaria de Saúde está organizada para a demanda. “Os servidores estão preparados para atender o cenário provável que esse estudo aponta.”
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