Em 2020, a Prefeitura de Santa Cruz manteve as contas em dia, mas investiu pouco. É o que aponta o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), divulgado esta semana pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Embora tenha registrado um desempenho geral acima da média nacional, o município novamente apresentou um nível baixo de investimentos.
O estudo avaliou a gestão fiscal de 5.239 localidades brasileiras a partir de quatro indicadores. Em dois deles, o de autonomia e o de gastos com pessoal, Santa Cruz obteve a pontuação máxima. Na prática, isso significa que o Município mantém uma alta capacidade de gerar receita local para poder arcar com o custo da máquina pública, bem como uma elevada flexibilidade orçamentária.
Em relação aos investimentos, porém, o quadro é diferente: Santa Cruz apresenta situação crítica nesse quesito. Significa que o volume investido no ano passado foi inferior a 4,8% da receita total. “É um percentual baixo, comparado com o potencial do Município e, inclusive, piorou entre 2019 e 2020”, analisa a especialista de estudos econômicos da Firjan, Nayara Freire.
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Conforme ela, o desempenho contrasta com a média das cidades do País, que elevaram o volume de investimentos, sobretudo em função das demandas geradas pela pandemia. “Percebemos esse quadro desde 2013. É uma característica do Município escolher por alocar uma parcela menor da receita para investimentos, quase um quadro crônico”, completou.
A pontuação geral de Santa Cruz foi de 0,7381 – quanto mais próximo de 1,000, melhor é a gestão fiscal. Se considerada a série histórica, o resultado é o melhor desde 2016.
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Na região, mais da metade têm problemas
- O bom desempenho geral de Santa Cruz não se repete em todo o Vale do Rio Pardo: dos 28 municípios da região, 14 têm situação fiscal difícil e um se encontra em situação crítica. A pior condição é a de Ibarama, que obteve um índice de 0,3439. Em um universo de 492 municípios gaúchos analisados, a localidade do Centro-Serra aparece na 476a posição no ranking.
- Embora tenha registrado um avanço entre 2019 e 2020, os números mostram que a gestão fiscal se deteriorou ao longo dos últimos anos. O pior indicador é o de autonomia, que aparece zerado no estudo, mas a pontuação referente a gastos com pessoal também aponta quadro crítico.
- Na outra ponta, dois municípios apresentaram resultado excelente: Pantano Grande, que teve o melhor desempenho de toda a região, e Mato Leitão.
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