Estudo mostra a força da indústria e do agronegócio em Santa Cruz

Santa Cruz do Sul voltou à relação das 100 melhores cidades do Brasil para fazer negócios no setor industrial. Segundo o estudo da consultoria Urban Systems, divulgado na edição desta semana da revista Exame, o município também aparece no ranking do eixo agro. Por outro lado, saiu da lista dos outros quatro segmentos econômicos avaliados – comércio, serviços, mercado imobiliário e educação.

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O levantamento é realizado desde 2014 e abrange todos os municípios com mais de 100 mil habitantes do País. Para cada área, é considerado um conjunto de indicadores. Ao todo, são mais de 60 quesitos.
O melhor desempenho de Santa Cruz foi justamente na indústria, em que apareceu na 42ª posição no Brasil, enquanto na edição anterior não havia sequer figurado na lista. O movimento está relacionado às exportações de tabaco que, após uma forte retração entre 2020 e 2021 devido ao desarranjo logístico causado pela pandemia, dispararam neste ano em função de cargas represadas. “A exportação virou a chave. Saiu de uma redução no ano passado para um crescimento relevante este ano, de quase 70%”, observou o diretor da Urban Systems, Willian Rigon.

Também influenciaram o avanço os resultados da indústria metalúrgica e a empregabilidade no setor. Segundo o Novo Caged, do Ministério da Economia, cerca de 38% dos empregos gerados no município entre janeiro e outubro foram na indústria. Também é no setor que está a maior parte dos empregos com alta remuneração – acima de cinco salários mínimos –, o que gera um impacto direto sobre o consumo. Se considerados apenas os municípios gaúchos, Santa Cruz ficou em quarto lugar na indústria, atrás apenas de Caxias do Sul – que liderou o ranking nacional graças ao desempenho do polo metalmecânico –, Gravataí e Erechim.

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Já no caso do agro, Santa Cruz praticamente manteve a posição da edição anterior, passando do 67º para o 71º lugar no País. Os números indicam um crescimento na produção agropecuária do município de mais de 40% neste ano, enquanto no ano passado havia sido registrada uma queda. O ranking nacional foi liderado pelo município de Rio Verde, em Goiás, que registrou crescimento na produção de grãos e farelo de soja após a inauguração de um terminal multimodal ferroviário em 2021.

Queda de matrículas afetou desempenho

A maior queda aconteceu no setor de educação, no qual Santa Cruz havia ficado na 48ª posição no País na edição anterior do estudo e agora não apareceu entre as 100 melhores. Conforme Willian Rigon, o recuo é decorrente de uma desaceleração nas matrículas nas instituições do município, sobretudo no ensino superior privado. “Isso pode gerar um impacto econômico no médio prazo e em outros setores, na medida em que gera menos capital humano. É um cenário que outros municípios já reverteram”, observou.

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Já a retração nos setores de comércio e serviços tem relação com fechamento de estabelecimentos. “O município também tem saldo negativo no emprego do comércio varejista, que é um setor com muita informalidade. É algo que boa parte das cidades já está com retomada”, analisou. Outro fator foi a redução da renda média dos trabalhadores formais no setor de serviços.

Ainda de acordo com Rigon, os municípios que vêm se recuperando de forma mais célere dos prejuízos gerados pela pandemia são os que têm matrizes econômicas mais diversificadas. As localidades onde a geração de emprego e renda é apoiada em um único setor enfrentam mais dificuldades.

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