Estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aponta que 263 milhões de crianças e jovens de todo o planeta – o equivalente a ¼ da população europeia – estão fora da escola, sendo que a África Subsaariana tem as maiores taxas de exclusão. “Os países se comprometeram em dar educação de primeiro e segundo grau a todas as crianças até 2030. Estes dados apontam o trabalho que existe à frente se quisermos alcançar este objetivo”, afirmou a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, lembrando um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): educação inclusiva, equitativa e de qualidade.
“Nosso foco deve ser na inclusão, a partir das primeiras faixas etárias e durante todo o ciclo de ensino, com políticas capazes de superar todas as dificuldades em cada estágio, com especial atenção para as meninas, que ainda enfrentam as maiores dificuldades”, alertou.
O novo estudo “Não deixando ninguém para trás: quanto falta para a educação primária e secundária universal?” foi divulgado em conjunto pelo Instituto de Estatísticas da Unesco e pelo Relatório de Monitoramento Global de Educação. Os dados apontam que 61 milhões de crianças estão fora do ensino primário (6 a 11 anos), 60 milhões não frequentam o ensino fundamental (12 a 14 anos) e 142 milhões de jovens de 15 a 17 anos não estudam. Esta é a primeira vez que alunos do ensino fundamental são incluídos na pesquisa.
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A África Subsaariana, que tem os piores índices, apresenta mais de 1/5 de crianças fora do ensino primário, 1/3 de jovens fora do ensino fundamental e quase 60% dos adolescentes fora das escolas de ensino médio.
Segundo o documento, as maiores barreiras para limitar o acesso a educação estão ligadas a gênero, localização, riqueza e conflitos armados. Em todo o mundo, 22 milhões de crianças (6 a 11 anos), 15 milhões de jovens (12 a 14 anos) e 26 milhões de adolescentes (15 a 17 anos) não frequentam a escola em regiões afetadas por conflitos.
O estudo aponta ainda que, apesar dos esforços e progressos feitos nas últimas duas décadas, 15 milhões de garotas nunca tiveram a chance de aprender a ler ou escrever no ensino primário, enquanto o número de meninos é de 10 milhões.
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