A instalação de um parque hidroviário em Vila Mariante, Venâncio Aires, ganhou força após assinatura do termo de cooperação técnica entre o município – sem ônus – e a Associação de Hidrovias do Rio Grande do Sul. O convênio indicou a Capital do Chimarrão entre os 12 municípios, dentre 67 banhados por rios, que têm potencial para desenvolver o transporte hidroviário no Estado.
Com a assinatura, realizada em dezembro, Venâncio é o segundo município do Estado a oficializar a parceria – o primeiro foi General Câmara. Rio Pardo também mostrou interesse, segundo o presidente da associação, Wilem Manteli. Ele destaca que o Rio Taquari se mostra muito estratégico e que Mariante já teve um porto.
Os planos iniciais, estudos e tratativas que serão executados ao longo deste ano relacionados à instalação do parque em Vila Mariante foram debatidos na reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social de Venâncio Aires, esta semana. “É um estudo bem fundamentado, que não fica apenas no sonho, pois o desejo para uma reativação de porto em Mariante tem pautado discussões há muitos anos”, destacou o prefeito Giovane Wickert.
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Manteli informou que a proposta será viabilizada por estágios. Para este ano, ainda estão programados um estudo técnico e discussões com a comunidade e empresários locais e da região. Além disso, haverá a avaliação do potencial de instalação e a consolidação da área, que deverá ter 800 hectares, no lado esquerdo do sentido Venâncio-Capital, após a ponte.
“O que se apresenta aqui não são ações imediatas, mas uma caminhada a médio e longo prazo, em etapas. A ideia é de que em dois anos se tenham investimentos básicos, de área pública. Depois do processo de maturação, nos cinco a dez anos seguintes, devemos ter mais avanços”, explica o presidente da entidade, que tem representantes da Fiergs, Farsul, Federasul, Famurs, Federarroz.
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Alternativas
Manteli salientou que as ferrovias e hidrovias devem ser as novas alternativas de transporte no Brasil. “As hidrovias têm 10% do custo de uma rodovia para Estado, município, concessionárias. Precisamos explorar esse meio, como nossos antepassados. As empresas precisam de logística, é o fator de competitividade, é o diferencial. O problema é saber deslocar pelo menor preço possível. A proposta é atrair indústrias, turismo, pesca.” Ele ainda destaca que “as hidrovias no Estado são portas para a ampliação de negócios com o Mercosul e exterior, a partir de acesso ao porto marítimo de Rio Grande”.
Bacia artificial
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O engenheiro naval responsável pela Synthesis, empresa de gestão em serviços empresariais que vem encabeçando o projeto, Francisco Miguel de Almeida Pires, apresentou exemplos e uma ideia do que está sendo pensado para Mariante.
“Não se está projetando um porto, mas sim um parque/terminal hidroviário, um parque produtivo, condomínio industrial. Também não imaginamos mais um cais dentro do rio. A proposta é tirar o rio da sua margem e levar para dentro do parque, com bacia artificial, preservando a mata ciliar e fazendo com que as embarcações adentrem o parque, preservando a geografia do rio. Será um local privado, com frações/lotes que poderão ser vendidos, numa área preparada e com acessos seguros”, explicou.
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