Às vésperas de completar dois meses, a greve do magistério estadual continua sem data para acabar. Com a incerteza sobre o retorno das aulas, alunos estão solicitando transferência das escolas em greve. Em todo o Rio Grande do Sul, mais de 900 estudantes procuraram por outras instituições. Na área de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), a quantidade de transferidos é superior a 50.
Em entrevista para a Rádio Gazeta na manhã desta segunda-feira, o coordenador da 6ª CRE, Luiz Ricardo Pinho de Moura, explicou que, até a última sexta-feira, 52 estudantes solicitaram transferências. Contudo, segundo Moura, esse número não representa totalmente a realidade, pois algumas famílias procuraram diretamente as escolas que mantêm funcionamento normal. “Estamos trabalhando com um número extraoficial de 67 alunos”, salientou.
A transferência pode ser solicitada a qualquer momento, enquanto houver educandários com atividades paralisadas. O procedimento pode ser iniciado na 6ª CRE ou na escola desejada pela família, desde que a instituição informe a possibilidade da troca em um atestado de vaga. O documento deve ser apresentado no colégio onde o jovem está matriculado, para a retirada da guia de transferência. Depois, o processo é informatizado.
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A prioridade nas transferências é para alunos em fase de conclusão. Isto é, 9º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. No caso dos concluintes do fundamental, a troca de escola é autorizada quando a instituição em greve não tem educação básica completa. Já os alunos matriculados no 3º ano do ensino médio estão preocupados com a conclusão do ano letivo, pois querem prestar vestibular e ingressar em universidades no ano que vem.
Assembleia
Conforme levantamento da 6ª CRE, 10% dos professores da região continuam em greve. Os municípios com maior adesão são Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. Na última sexta-feira, no entanto, uma assembleia regional decidiu manter a mobilização, que já dura 55 dias.
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A decisão vai ser levada à assembleia estadual, prevista para hoje, a partir das 10 horas, na Praça da Matriz. No fim da tarde de ontem, o Chefe da Casa Civil, Fábio Branco, encontrou-se com o comando de greve do Cpers/Sindicato e se comprometeu com o pagamento integral dos salários dos servidores em dezembro deste ano. Esta é a primeira vez, desde o início da paralisacão, que o governo aponta uma data para o fim do parcelamento dos salários. Branco ainda falou sobre a retirada da PEC do décimo terceiro e a manutenção de grevistas contratados.
Ano letivo pode ir até metade de janeiro
O aluno pode começar os estudos na escola para a qual foi transferido assim que o procedimento de troca for concluído – o que pode ocorrer até no mesmo dia. A partir disso, cada colégio vai elaborar programas de recuperação do rendimento do aluno que esteve sem aulas devido à greve. “De acordo com as possibilidades de horários de alunos e professores, será elaborado um cronograma de recuperação”, explicou o coordenador da 6ª CRE, Luiz Ricardo Pinho de Moura.
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Antes da greve, a previsão de encerramento do ano letivo era 16 de dezembro. Agora, a equipe da coordenadoria analisa novos calendários, encaminhados pelas escolas que estão retomando as aulas. “Pelo que vem sendo apresentado, vamos, no máximo, até o dia 15 de janeiro”, comentou. Moura ressaltou que, assim que o professor retornar às atividades, já pode começar a recuperação. “A recuperação deve ser em sala de aula, com conteúdo”, frisou.
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