A falta de chuvas volumosas já começa a produzir imagens impressionantes na região. Em Rio Pardo, o rio que batiza a cidade já se transformou em um riacho, onde quase não há mais correnteza e é possível atravessar de um lado ao outro do leito sem sequer molhar os pés. Na ponte velha, que liga a zona urbana à Várzea do Camargo, a quantidade de galhos de árvores e pedras que se acumulam nas pilastras também impede o pequeno fluxo de água de correr livremente.
É possível descer pelas encostas à beira do leito e chegar a pé ao que antes era o meio do rio, tornando o cenário ainda mais impressionante e desolador. A quantidade de água que resta é tão pouca que não possibilita nem o banho das crianças que moram nas redondezas. Mesmo assim, elas aproveitam os dias ensolarados para brincar no local. Em alguns pontos onde há maior concentração de água, a profundidade é suficiente apenas para cobrir as canelas de um adulto. Conforme os moradores, o nível baixou rapidamente na semana passada e está assim há cinco dias.
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No Rio Jacuí, que também banha a Cidade Histórica, a situação é melhor, mas igualmente preocupante. No balneário Porto Ferreira, um dos mais tradicionais pontos de veraneio para os moradores da região, o nível da água está pelo menos 2,5 metros abaixo do normal. Frequentador do local há vários anos, Jadir Bittencourt conta que nunca viu o Jacuí tão baixo nesta época do ano. Ele é morador de Santa Maria e costuma passar alguns dias de férias no local. Além da faixa de areia muito maior que o normal, os bancos de areia, pedras e galhos aparentes no leito do rio evidenciam a estiagem.
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Morador do Porto Ferreira desde que nasceu, Jorceli Prado dos Santos, de 57 anos, é o rebocador dos barcos da localidade. Acostumado com o intenso movimento de embarque e desembarque na água, ele conta que há algumas semanas o fluxo reduziu e, hoje, o Jacuí não está mais navegável. “Alguns dias dava seis, sete viagens. Agora não faço mais nenhuma. Não tem mais acesso, se largar o barco na água ele não sai do reboque, não flutua”, afirma. “Tem uns teimosos que insistem, mas aí arrebenta a rabeta e a hélice do motor.” Ele também faz um alerta para quem pretende colocar motos aquáticas na água, em razão da quantidade de galhos e pedras que podem danificar os equipamentos.
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