Ao perceber o sofrimento das carpas durante um verão quente e muito seco em 1987, o produtor rural Edu da Veiga Schmidt, criador de peixes, gado de corte e hortaliças em Linha Boa Vista, descobriu que não precisava da chuva para abastecer os açudes. Os 11 criatórios de carpas que a propriedade tinha foram preenchidos com a água que desce das nascentes dos morros. Em meio à estiagem que castiga a região desde novembro do ano passado, ele mantém a plantação verdinha, o gado sem sede e as carpas tranquilas. Na propriedade não falta água nunca.
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Schmidt adquiriu, em 1987, meio quilômetro de mangueiras para canalizar para suas terras e açudes a água que desce da encosta, nos fundos da propriedade. “A água nunca deixa de correr aqui, nunca passamos por aperto depois que fizemos este investimento naquela época”, confirmou.
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Quando instalou a rede de abastecimento, Schmidt produzia de 2,5 mil a 3 mil quilos de carpas – de várias espécies – em 11 açudes na propriedade. Uma mudança na legislação fez com que reduzisse a quantidade de tanques para quatro, baixando para 1,5 mil peixes hoje nos atuais açudes. “Estou criando gado de corte na área que tinha parte dos açudes. Já estamos com 20 cabeças.”
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Seguindo o exemplo dele, outros moradores utilizam o líquido dos morros em suas propriedades. “Esta água é sempre cristalina, mesmo quando chove. Sem cor e cheiro. Uma água muito boa”, recomendou o produtor.
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Schmidt participa da Feira Rural do Arroio Grande. No espaço, além das carpas, ele vende embutidos feitos na propriedade. Agora o espaço dedicado a cuidar do gado também é ocupado pelas plantações de azevém. Por conta do uso da água do morro o cultivo das pastagens de inverno foi garantido. Não houve quebra na safra, o gado não ficará com fome e o cenário continuou verde. “Aqui nunca falta água e não necessitamos do abastecimento do Município”, disse Schmidt.
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