O fenômeno La Niña, que fez parte da vida dos brasileiros entre o dia 7 de novembro de 2019 e maio deste ano, foi cruel com a produção de grãos, em especial nos 39 municípios da área de atuação da regional Soledade da Emater, que engloba parte do Vale do Rio Pardo e Centro-Serra. A expectativa para a última safra era chegar aos 2,2 milhões de toneladas, mas a produção não passou de 1,511 milhão. A quebra média atingiu 32%, sendo mais expressiva em casos como soja, 33,6%, e milho, 37%.
O assistente regional da Emater, Josemar Parise, destaca que as perdas somaram-se nas últimas quatro safras. A maior área, dos 591 mil hectares dedicados aos grãos da região, é para soja. São cerca de 430 mil hectares para a oleaginosa, seguida do milho com 79 mil; arroz, 24,2 mil; e feijão, 5.227. Somadas, essas culturas tiveram perda de 11,7 milhões de sacas.
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Parise explica que a soja tornou-se opção dos produtores pela liquidez, considerando-se a receita por unidade de área. “Todos os anos vem expandindo-se em pequenos percentuais, com áreas novas no baixo Vale, como Encruzilhada do Sul, Pantano Grande, General Câmara, Vale Verde, Rio Pardo”, cita. Acrescenta que em regiões tradicionalmente voltadas à pecuária, há o avanço da soja como integração. “Em alguns municípios, vem ocupando a área do tabaco, milho, arroz”, frisa.
Parise salienta ainda a importância de se ampliar as iniciativas de irrigação, tanto as artificiais como a captação por meio de cisternas. Esses cuidados podem fazer a diferença no rendimento das lavouras.
A estimativa para a produção de grãos na safra 2022/23 é 17,4% maior que a do ciclo passado no País. Os dados estão no 11º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A projeção é de um incremento de 47,4 milhões de toneladas neste ciclo, integrando 320,1 milhões de toneladas colhidas.
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O resultado é reflexo da combinação dos ganhos de área e de produtividade das lavouras. Enquanto a área apresenta uma alta de 5% em relação à safra 2021/22, chegando a 78,3 milhões de hectares, a produtividade média registra uma elevação de 11,8%, saindo de 3.656 para 4.086 quilos por hectare.
Os 320,1 milhões de toneladas se devem, principalmente, ao avanço da colheita do milho de segunda safra, que vem apresentando produtividades superiores às inicialmente previstas, aliado ao melhor desempenho das culturas ainda em campo.
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A produção no Rio Grande do Sul teve um salto de 11,2%. Saiu de um patamar de 26,6 mil toneladas em 2021/22 para 29,5 mil projetados para a safra 2022/23. A área destinada passou de 10 milhões de hectares para 10,2 milhões. Já a produtividade teve um crescimento de quase 10%, de 2.637 para 2.881 quilos por hectare (9,3%).
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Os gaúchos aumentaram a área (em hectares) dedicada para a soja. A Conab estimou um aumento de 38,6% na produtividade do setor e um salto de 9,1 milhões de toneladas na safra anterior para 13 milhões na atual. O Rio Grande do Sul registrou um incremento de 28,6% na produção de milho, passando de 2,9 milhões de toneladas para 3,7 milhões.
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Os produtores de milho do Maranhão, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal podem vender o cereal para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com o objetivo, no âmbito governamental, de formação de estoques públicos. As operações são realizadas por meio do mecanismo de Aquisição do Governo Federal (AGF), previsto na Política de Garantia de Preços Mínimos.
Conforme o Manual de Operação da Conab, o limite de venda por produtor varia de acordo com o estado. Em Mato Grosso, cada agricultor pode vender até 30 mil sacas. Já em Mato Grosso do Sul e Goiás, o limite é de 10 mil sacas, enquanto nos demais estados é limitada a cerca de 3,3 mil sacas.
Os interessados nessa operação devem estar cadastrados no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (Sican) e procurar a superintendência regional da Conab em seu estado, para orientação sobre o preenchimento dos formulários exigidos.
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A colheita do milho segunda safra segue avançando e ultrapassa 64,3% da área plantada, segundo o Progresso de Safra publicado pela Conab nesta semana. Se confirmado, o volume estimado para o período ultrapassa as 100 milhões de toneladas, a maior produção já registrada na série histórica.
Para a terceira safra, embora existam registros de pontos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares de modo geral favorecem o bom desenvolvimento das lavouras. Com isso, o cereal deve render 130 milhões de toneladas, 16,8 milhões de toneladas a mais do que na temporada passada.
Produtos da safra de verão, soja e arroz têm produção estimada em 154,6 milhões e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, destaques para o Mato Grosso, maior produtor do grão no Brasil, com 45,6 milhões de toneladas; e para a Bahia, estado com a com a maior produtividade, com 4.020 quilos por hectare. Para o arroz, mesmo com o clima mais favorável, a redução observada na produção se deve ao plantio de uma área 8,5% inferior.
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