Quem circula em determinadas ruas de Santa Cruz do Sul consegue observar barracas com vendedores de melancia da região. A fruta também é atrativo em bancas nas feiras rurais. É o ápice da safra, na transição da primavera para o verão, mas o La Niña tem sido um desafio neste ano.
Em Rio Pardo, um dos principais municípios produtores, a área foi mantida, na faixa de 500 hectares, com 60 produtores, conforme o chefe do escritório local da Emater/RS-Ascar, Matias Mauri Streck. As frutas estão com boa qualidade estética, e saborosas. O clima é que não foi favorável. O déficit hídrico afetou a produção. As áreas sem irrigação apresentaram perdas. O ponto positivo da baixa umidade foi a menor incidência de doenças fúngicas.
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Já em Encruzilhada do Sul, de acordo com o secretário de Agropecuária, Marco Antônio Moraes dos Santos, a área plantada fica entre 1,2 mil e 1,5 mil hectares. O volume recuou e quem se manteve na atividade é porque investiu em irrigação. Um problema enfrentado é o baixo preço na comercialização e a inadimplência nas negociações na Ceasa. “Temos poucos produtores, em torno de 20. Muitos plantam na Região Carbonífera e depois vêm para cá”, explica Santos.
A qualidade é boa graças à irrigação. Os pequenos produtores sem tecnologia precisaram recorrer a seguros com perda por falta de chuvas. Com a comercialização como principal gargalo, a insegurança financeira é ruim. “É um mercado instável. Alguns ligam de São Paulo, por exemplo, dizendo que 20% da carga não serve. O mercado fica na mão de atravessadores.”
Com tenda instalada na Avenida Independência, o produtor Moacir Silveira da Rosa, de Pederneiras, interior de Rio Pardo, é da terceira geração de uma família que cultiva melancias. Segundo ele, a quebra neste ano chega a 40% pela falta de chuva. Apesar das frutas menores, o sabor é doce. Em área de oito hectares, a colheita da primeira etapa atingiu 15 toneladas por hectare, quando o normal seria acima de 40 toneladas. O preço para o produtor fica em R$ 0,80 por quilo, enquanto no varejo chega a R$ 1,30, em média. “Eu esperava queda nas vendas, até pela crise financeira, mas está além do esperado”, comenta Moacir.
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