Enquanto a população de parte do Brasil sofre com as chuvas e consequências como o transbordo de rios e inundações, mais de 700 municípios da Região Sul do país se veem às voltas com uma onda de calor severa.
O alerta laranja emitido pelo instituto vale para praticamente todo o Rio Grande do Sul, para as regiões oeste e sul de Santa Catarina e para as regiões oeste, sudeste, sudoeste, centro-ocidental e centro-sul do Paraná. Os efeitos da estiagem na Região Sul vêm se agravando desde o fim do ano passado, causando prejuízos econômicos e ameaçando o abastecimento hídrico. No Rio Grande do Sul, 200 cidades já tinham decretado situação de emergência até esta quarta-feira. Levantamento feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS) aponta que, até 7 de janeiro, mais de 195 mil propriedades rurais já contabilizavam perdas na produção.
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Uma das regiões gaúchas mais castigadas pela falta de chuvas é a do Alto da Serra do Botucaraí, onde, desde meados de novembro, o volume de chuvas é insuficiente para recuperar a condição dos rios e do sistema freático, o que prejudicou o plantio de soja e milho. “A soja teve que ser replantada e ainda ficou uns 30% a 35% por semear. Então, nesses 16 municípios do Alto da Serra do Botucaraí, só na soja se chega a algo em torno de R$ 750 milhões de perdas. Somadas às perdas do milho e leite, o prejuízo chega a R$ 850 milhões”, informou, em nota, o extensionista rural agropecuário da Emater-RS em Soledade Josemar Parise.
No Paraná, no último dia 30, o governo estadual decretou situação de emergência em função da estiagem. O objetivo da medida é agilizar a execução de medidas de apoio aos agricultores e a outros setores afetados pela falta de chuvas. A secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento divulgou um relatório no qual aponta que a situação já causou ao menos R$ 25,6 bilhões de prejuízos para os produtores rurais.
O levantamento foi entregue à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, que, desde ontem, está visitando áreas rurais atingidas pela crise hídrica nos três estados da Região Sul, além do Mato Grosso do Sul, na Região Centro-Oeste. “Nossa preocupação é agilidade nessas ações, para que a gente possa plantar com segurança. Para que o agricultor possa saber o que vai acontecer na segunda safra, que é a safrinha, que é muito importante, pois é quando se tem a maior parte do plantio de milho nesses estados”, destacou Teresa Cristina.
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