Estéfani Wegmann: vontade de ser soberana veio de berço

O roteiro era sagrado. No dia das crianças, os primos de Estéfani, moradores de Sinimbu, vinham para Santa Cruz do Sul. O almoço acontecia na casa da mãe dela e, em seguida, o destino era o parque de diversões no Parque da Oktoberfest. Descendente de alemães e filha única de um casal de comerciários, a cultura germânica sempre esteve na rotina familiar. Os pais, Claerte e Marci Inês Schmidt Wegmann, que nasceram em Sinimbu, migraram para Santa Cruz há muitos anos. Outros familiares ainda vivem no interior daquele município.

Até os três anos, Estéfani Aline Wegmann se comunicava apenas em alemão. “Toda a família sabe falar alemão. É muito comum meu pai falar alemão e eu responder em português”. Na infância, Estéfani era uma criança espoleta e que gostava muito de bonecas. A vida escolar se iniciou na Escola Estadual
de Ensino Fundamental Gaspar Bartholomay. Lá ela estudou até a segunda série. O restante da formação escolar foi no Colégio Mauá, onde participou de atividades como dança, teatro e vôlei. Ainda criança, conquistou os títulos de Brotinho do Tênis Clube Santa Cruz em 2002 e de segunda princesa em 2004.

A dança e a gastronomia são referências na família de Estéfani. Os pais dela têm restaurante e mercado. “Sou conhecida na família por gostar de cuca de açúcar e torta de schnee (merengue bem açucarado)”. Nos eventos familiares, não podem faltar a banda, a polonaise e a culinária tradicional alemã. E quando chega a época da Oktoberfest, com ou sem chuva, esse é o destino da família, frequentadora assídua da festa. Foi numa das edições, há nove anos, que ela conheceu o noivo, Felipe Gehrke.

Além disso, ela e a família são muito ligadas ao futebol amador do interior de Santa Cruz, em Linha João Alves. Neste ano, Estéfani iria participar da escolha das soberanas da Liga de Integração do Futebol Amador de Santa Cruz do Sul (Lifasc). Em seu aniversário, recebeu a faixa de rainha do Esporte Clube João Alves de 2022. A escolha acabou não acontecendo, mas ela permaneceu como representante do time. Uma das paixões atuais dela é a mascote Maya, de nove meses, primeiro animal de estimação dela.

Um anúncio muito esperado

“Quando a Estéfani vai participar?” Durante muito tempo, a família de Estéfani esperou pelo anúncio de que ela iria concorrer a soberana da Oktoberfest. A decisão veio aos 25 anos, quando ela percebeu que seria o momento ideal. Já estava formada em Administração, curso que escolheu por ser uma pessoa calma e mais quieta, e já atuava como assistente administrativa na empresa Corteva Agriscience. E foi uma grande festa. O comunicado veio pouco tempo antes do concurso. Entretanto, o anúncio “oficial” partiu do pai, que divulgou no grupo do WhatsApp da família: ‘Estéfani vai ser candidata!’. “Toda a família contribuiu. Também a Sociedade Amigos do Blaue Montag, que representei, vive muito a Oktoberfest. Sempre participei com meus pais”

Melhor torcida

A chegada até o concurso foi um sonho compartilhado em família. E isso despontou na torcida. Estéfani vendeu 450 ingressos. A animação e o engajamento renderam a ela o prêmio de melhor torcida. Antes mesmo de ser coroada como princesa da 37ª Oktoberfest, viveu um dos momentos mais especiais da vida, a carreata das candidatas. “Foi algo incrível, um retorno muito especial”. A família a acompanhou. Como os pais estavam no trabalho, após o encerramento do evento, ela passou em frente ao restaurante onde eles trabalham para que pudessem vê-la. “É uma coisa que vem de casa, de berço, uma vontade que nasce com a gente. Quero deixar um legado de amor, de soberana das pessoas”.