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NA JUSTIÇA

“Estávamos fazendo planos juntos”, afirma viúva de instrutor assassinado a tiros

Iniciaram-se nessa segunda-feira, 4, as audiências de instrução sobre o assassinato a tiros do instrutor de autoescola Rostem Luiz dos Santos Fagundes, de 52 anos. Presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, a sessão, que começou às 14h30 na 1ª Vara Criminal do fórum, tratou do crime que aconteceu na noite de 29 agosto, na Rua Johanes Karl Klemm, próximo da Igreja Santo Antônio, no bairro de mesmo nome em Santa Cruz do Sul. Foram ouvidas testemunhas de defesa e acusação, bem como o autor confesso do crime, Emerson Eduardo dos Santos da Silva, de 27 anos, que está detido no presídio.

Em depoimento muito emocionado, a companheira de Rostem, Lisandra de Barros Rodrigues Fagundes, de 50 anos, relatou o quanto amava o marido, afirmando que estavam no melhor momento da vida de casal. “Isso que aconteceu foi a pior coisa do mundo. Perdi meu marido, meu companheiro e um pai amoroso, que me ajudava em tudo. Estávamos fazendo planos juntos, nosso casamento era excelente”, disse a doméstica.

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A mulher contou que pretendia fazer uma viagem em família após o casamento da filha de 27 anos, marcado para 2026, e confirmou que conhecia o autor do assassinato de seu marido, pois chegou a fazer aulas teóricas de autoescola com ele. Disse que está indo a um psiquiatra e uma psicóloga, e tem dificuldades para conseguir comer e dormir.

“No dia que ele faleceu, havia mandado uma mensagem pra ele. Fiquei esperando e nunca recebi a mensagem de volta. Só quero pedir justiça, porque ele estava trabalhando e uma pessoa foi lá e tirou a vida do meu marido, pai da minha filha. Agora estou sozinha. Quero justiça por ele”, disse ela, que estava há 31 anos casada com Rostem.

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Um dos depoimentos mais reveladores sobre como ocorreram os fatos no dia do crime foi o de Henrique Pfeifer da Silva, de 18 anos. Ele era o aluno que estava com o instrutor quando Eduardo chegou.

“Foi bem num horário de intervalo. O autor chegou como se fosse uma pessoa que morasse no bairro. Estacionou e desceu armado, falando em voz alta”, disse o jovem, que mora em Vera Cruz e trabalha como operador de guilhotina em uma gráfica.

Assustado com a situação, Pfeifer levantou as mãos e disse que não tinha nada a ver, e viu o autor apontar a arma apenas na direção do instrutor. “Depois dos tiros o Rostem caiu, mas levantou. E o autor, que tinha ido no carro, voltou e efetuou mais disparos”, relatou Henrique.

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Chefe imediato de Rostem na autoescola, Roberto Ribeiro Y Castro, de 40 anos, também prestou depoimento. Revelou que, como mora perto do lugar onde o crime aconteceu, chegou em poucos minutos até a vítima.

“Achamos que era um assalto. Ele estava vivo, conversando. Disse apenas ‘foi meu aluno Emerson, marido da Graci’. Queríamos levar ele no carro até o hospital, mas não conseguimos colocá-lo. Ficamos cuidando ali até a chegada do Samu, que demorou 25 minutos pra ir até o local”, disse ele à juíza. Por fim, afirmou que Rostem era um funcionário exemplar e que nunca ouvira qualquer comentário sobre ele dar em cima de mulheres nas aulas.

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Também ouvido na audiência, o delegado Alessander Zucuni Garcia, 47 anos, contou detalhes da investigação do caso. Afirmou que uma câmera, instalada no carro que era utilizado por Rostem na autoescola, captou alguns movimentos e sons no momento do crime e foi esclarecedora em muitos pontos. Da mesma forma, o policial militar Thiago Techio da Silva, de 35 anos, relatou como foi a atuação durante a ocorrência.

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