Quando a sessão de segunda-feira da Câmara começou, já não havia mais dúvidas de que o pedido de abertura de processo de cassação contra o vereador Alberto Heck (PT) seria rejeitado. Além do prestígio de Heck entre os colegas e o fato de considerarem as declarações polêmicas feitas por ele um ponto fora da curva na sua trajetória, os parlamentares alegavam, nos bastidores, que cassar um mandato por um pronunciamento abriria precedente perigoso, o qual poderia colocar todos sob forte pressão.
Pegou mal
Causou desconforto entre os vereadores a posição de Gerson Trevisan (PSDB), único a votar a favor da abertura do processo de cassação. A expectativa dos parlamentares era de que a votação fosse unânime. Em conversas nos gabinetes no dia seguinte, alguns vereadores afirmaram que o voto de Trevisan, que não era esperado, constrangeu os demais.
É sério
O tucano não chegou a justificar o voto durante a sessão. Questionado pela coluna, ele disse que sua posição foi por considerar “grave” a situação que embasou a denúncia. “Ele (Heck) fez uma live na sexta-feira e repetiu o discurso veemente no sábado. Então, não foi no calor da emoção. Foi premeditado”, disse.
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Sem mais
Sobre o incômodo dos colegas, Trevisan limitou-se a dizer que não combinou voto com ninguém.
Legado
A implantação de um Código de Ética pode ser o grande fruto do episódio Alberto Heck. O caso mostrou que a Câmara necessita de critérios mais objetivos para punição de vereadores, bem como de penalidades que não se limitem a cassação – que, por respeito ao voto popular, deve ser usada apenas em casos graves.
Vai andar
Apenas nessa semana, foram dois desdobramentos da Operação Feudalismo na Justiça. Com a retomada dos prazos processuais, a tendência é que os processos, que até agora avançaram lentos, comecem a acelerar. Já há audiências marcadas para o segundo semestre.
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