Chegamos a mais um Natal. E chegamos a essa data, uma das mais importantes do calendário da humanidade, nas celebrações associadas à espiritualidade, à comunhão e à difusão de sentimentos ditos nobres, vindos de um ano extenuante. Por incrível que isso possa parecer ou soar, não parece mesmo que chegamos ao final deste fatídico 2022 ainda mais esgotados, abatidos e inquietos do que nos dois traumáticos anos anteriores, estes de uma pandemia completamente fora de qualquer lógica e de qualquer previsão?
Essa sensação de que 2022 foi ainda mais cansativo, para nós, brasileiros, está associada ao fato de que, por triste ironia, o que vivenciamos ao longo deste ano foi, ao contrário de ameaça à saúde sob a forma de doença, algo que quase poderia ter sido previsto. Foi um cenário anunciado. E não que o quadro social de 2022 não fosse também uma ameaça à saúde (nesse caso, ainda mais à saúde mental). Porque vivemos essa polarização doentia, alimentada e realimentada como rastilho de pólvora, no âmbito da política. Que, como naqueles filmes de terror ou nos pesadelos mais tenebrosos, nunca passa, uma franquia diariamente cevada a fake news, boatos, inimigos imaginários (ou nem sempre) e ameaças de fim dos tempos.
Assim chegamos a esse Natal. Como sugere o aniversariante da data, cujos ensinamentos celebram todos os que professam a fé cristã, é tempo de difundir e de enaltecer o amor ao próximo. Amor ao próximo? Mas não é exatamente tudo o que não temos visto ou vivenciado, em parcela de nossa sociedade, ao longo desses meses? Como ir às igrejas, como rezar e clamar por um presente ou por uma bênção se o primeiro e maior mandamento de Cristo tem sido sumariamente ignorado? Pior: tem sido subvertido, desprezado. Quando o amor ao próximo, quando a capacidade de exercitar a união, o perdão e a comunhão com os demais em sociedade (os que pensam igual ou os que pensam completamente diferente de nós) não mais vigora, é porque chegamos a uma triste encruzilhada.
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Nesta encruzilhada, na qual nos encontramos nestes dias, nesta reta final de ano, olhando ao redor, algo perdidos, inseguros, constrangidos, mais do que nunca as mensagens de Jesus Cristo deveriam falar alto na alma e no coração de cada um. É tempo de finalmente se desarmar (de corpo e de alma, uma vez mais), e de baixar o tom. Se há algo que ainda pode nos redimir deste constrangedor 2022, que gostaríamos muito de esquecer, mas que, ao contrário, não deve nunca ser esquecido (para que jamais se repita, nem nesta, nem em qualquer outra geração), é que finalmente reaprendamos a respeitar o próximo. Se ainda não estamos preparados e dispostos a amá-lo, como sugere Jesus, que ao menos estejamos dispostos a perdoar para expiar essa ofensa deliberada ao ideário cristão e à própria essência da condição humana. Só assim poderemos ter esperança de um 2023 com paz e harmonia para todos nós.
Um Feliz Natal, com paz e harmonia em família.
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