Momentos de tensão marcaram o oitavo dia do maior julgamento da história do Rio Grande do Sul. Foram ouvidos nessa quarta-feira, 8, o prefeito de Santa Maria na época da tragédia, Cezar Schirmer; Geandro Kleber de Vargas Guedes, que era gerente de vendas de uma empresa que fornecia bebidas para a Kiss; o publicitário Fernando Bergoli, que tinha atuação relacionada aos sócios da boate, Kiko e Mauro; e o promotor de Justiça Ricardo Lozza, responsável pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que estabelecia as adequações a serem feitas na Boate Kiss para resolver o problema de vazamento acústico.
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No fim da manhã, o promotor de Justiça David Medina da Silva, que faz a acusação dos réus ao lado da promotora Lúcia Helena Callegari, concedeu entrevista exclusiva à Gazeta do Sul na qual comentou o depoimento de Cezar Schirmer e falou sobre o andamento do julgamento por parte do Ministério Público.
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“Ele (Schirmer) trouxe a legislação aplicável ao caso. Não entro no mérito da discussão, mas ele estava muito seguro do que estava dizendo. Ficou clara a estratégia da defesa de imputar à Prefeitura a responsabilidade pelo evento, na tentativa de isentar a responsabilidade de Kiko, que desde o início estamos dizendo que ele tem”, comentou David Medina.
Segundo o promotor, o Ministério Público tem o tempo inteiro chamado a atenção para o que importa, que são os homicídios e tentativas de homicídio com dolo eventual praticados com emprego de fogo em um lugar indevido. “Ontem (terça-feira) ficaram por três horas questionando um bombeiro e não perguntaram sobre fogo, e precisou o MP perguntar se sabiam que acontecia show de fogos dentro da boate. Estamos fazendo o possível para esclarecer aquilo que a defesa não quer que se esclareça.”
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Em seu depoimento, Cezar Schirmer disse ainda que a Prefeitura de Santa Maria foi a “mais investigada do planeta” e afirmou que nenhum servidor de sua administração contribuiu para o incêndio. Fez também duras críticas ao trabalho da Polícia Civil na condução do inquérito. “Os delegados fizeram um trabalho ruim. A investigação foi medíocre, espetaculosa, uma aberração jurídica. Foi um inquérito movido pelo noticiário da imprensa”, disse ele.
Os empresários e sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, e Mauro Londero Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o produtor musical Luciano Bonilha Leão respondem pela acusação de homicídio simples (242 vezes consumado, pelo número de mortes; e 636 tentado, pelo número de feridos). O júri retorna hoje com o interrogatório dos outros três réus: pela ordem, Luciano Bonilha Leão, Mauro Londero Hoffmann e Marcelo de Jesus dos Santos. A expectativa é de que o julgamento possa ser encerrado até o próximo domingo.
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