Os estados de Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal, anunciados pelo Governo Federal para receber os jogos da Copa América, apresentam índices de, no mínimo, 85% de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O índice de ocupação mostra o agravamento da pandemia de Covid-19 no País. De acordo com informações fornecidas pelas secretarias estaduais, nenhum dos Estados onde os jogos serão realizados controlaram a pandemia.
O Rio de Janeiro, segundo Estado em número de óbitos, perdendo apenas para São Paulo, registra taxa de ocupação de leitos de UTI de 94%. O Maracanã deve receber a final do torneio – a Conmebol, entidade responsável pela organização do torneio, cogita a presença de público no jogo decisivo.
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De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde o atual cenário epidemiológico da última sexta-feira, 28, mostra que o estado se mantém em bandeira laranja, ou seja, com risco moderado de contrair a doença. “Entretanto, a capital apresenta risco alto, o que impõe uma série de medidas restritivas”, diz nota enviada pelo órgão ao Estadão.
Entre as medidas estão a suspensão da realização de jogos de futebol sem público. “A secretaria ainda não foi contatada pela organização da Copa América, mas informa que o campeonato deverá seguir os mesmos protocolos sanitários das competições que já vêm acontecendo no estado”, diz outro trecho do documento.
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Mato Grosso, por exemplo, apresentava 95% das vagas de UTI ocupadas nessa segunda-feira, 31. Eram 634 pessoas internadas, restando apenas 26 leitos de UTI. Desde o início da pandemia, 10.801 pessoas morreram de Covid no Estado. O vizinho Goiás, também confirmado na Copa América, também apresenta dados preocupantes. A taxa de ocupação das UTIs está em 89,77%. Nas últimas 24 horas, 79 pessoas morreram de Covid-19 no Estado, totalizando 17 167 vidas perdidas desde o início da pandemia. Até terça-feira, a ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 na rede pública estava em 84,52%.
O Distrito Federal, que deve receber partidas do torneio sul-americano de seleções no estádio Mané Garrincha, registrou, registrou 22 mortes e 836 casos de Covid-19 nessa terça-feira. O total de vítimas desde o início da pandemia chega a 8.692. Já os infectados somam 406.739, segundo dados da Secretaria de Saúde (SES-DF). As taxas de ocupação de UTI Covid-19 estavam em 94% nessa terça-feira; a ocupação geral era de 90%. “Desde o início do ano, temos aumentado a capacidade em toda a rede hospitalar, além da recente entrega de três hospitais de campanha”, informou a secretaria estadual de Saúde.
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O médico infectologista Julio Croda, que conhece a região Centro-Oeste, pois leciona na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), afirma que os estados do centro do País ainda não controlaram a pandemia. “Acho que não seria adequado fazer o torneio no Brasil porque ainda não temos uma situação tranquila em relação ao controle da pandemia. Em nenhum Estado”, afirma o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A situação da pandemia também continua grave no Brasil em praticamente todos os Estados. O Brasil registrou 2.346 novas mortes nessa terça-feira, 1º. Apesar da estabilidade nas últimas semanas, este patamar é considerado alto por especialistas e superior aos índices da pandemia em 2020. No total, o Brasil tem 465.312 mortos e 16.625.572 casos da doença, a segunda nação com mais registros, atrás apenas dos Estados Unidos.
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Por outro lado, somente 21,17% da população recebeu a primeira dose de vacina contra a doença. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20 horas. Segundo os números do governo, 15.068.146 pessoas estão recuperadas.
Outros Estados cotados para receber partidas descartaram a hipótese. “O atual cenário epidemiológico não permite a realização de evento do porte”, afirmou o governador por Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco, em nota. No Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra (PT) usou as redes sociais para afirmar que o Estado não tem “níveis de segurança epidemiológica para realização do evento” e que está em uma “luta diuturna para amenizar os efeitos da pandemia, que está em um momento crescente”.
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