O primeiro sequenciamento do vírus monkeypox no Rio Grande do Sul foi feito em 16 de agosto. A partir desse procedimento, os pesquisadores descobriram que já existem duas sublinhagens do microrganismo em circulação no Estado. A sequência obtida pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) refere-se a um genoma da linhagem B.1.1, que difere da primeira sequência detectada no RS.
Antes desse mapeamento, outra amostra coletada no Estado já havia sido sequenciada pelo Instituto Adolf Lutz, em São Paulo. Os dados foram comparados e observou-se que se trata de duas sequências distintas, o que indica que há variações do vírus monkeypox no território gaúcho.
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Segundo Salvato, isso demonstra que o vírus está conseguindo variabilidade em curto período de tempo. “O vírus já sofreu importantes mutações. É imprescindível acompanhá-las e ver qual vai ser o seu impacto no comportamento do vírus. A sintomatologia pode mudar, e o vírus pode se tornar mais transmissível, de modo a aumentar o contágio. Então, a vigilância genômica vai ser muito importante neste momento”, afirmou.
A primeira amostra mapeada foi coletada de paciente com histórico de viagem, mas a segunda refere-se a paciente que se contaminou com a varíola dos macacos no Rio Grande do Sul.
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O resultado alcançado pelo CEVS foi disponibilizado na plataforma GISAID, uma base global de dados genômicos. Esses conteúdos são compartilhados para ajudar pesquisadores nacionais e internacionais a compreender mais rapidamente como o vírus evolui e se espalha.
Para realizar esse sequenciamento, o centro gaúcho utilizou a tecnologia baseada em amplicon — um método considerado menos oneroso —, partindo de um protocolo internacional, que está propiciando observar a evolução do vírus em tempo real, de um maior número de amostras e com menor custo.
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“Há o método usual, que é a metagenômica, e também este segundo método, que é o baseado em amplicon. Na metagenômica, é processado tudo o que tem na amostra: bactérias e muito material humano. Quando isolamos o vírus através de uma PCR como no método baseado em amplicon, é apenas o vírus, então primeiro você amplifica o genoma, depois sequencia”, explica Salvato.
Essa “leitura” gera uma sequência que é conferida com a base de dados já existente. Comparando-se com as amostras já descritas, é possível identificar se o patógeno tem mutações importantes, o que pode representar mudanças no comportamento do vírus, levando a uma possível maior transmissibilidade ou aumento das formas graves da doença.
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