O ex-senador e ex-governador do Rio Grande do Sul, Pedro Simon, foi o palestrante da edição de dezembro – a última deste ano – da reunião-almoço Tá na Hora, promovida na manhã de ontem pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul. O tema do encontro, que ocorreu no Hotel Águas Claras, foi “Ética na Política”.
Simon, que também foi deputado estadual por quatro legislaturas e ministro da Agricultura em 1985 e 1986, compartilhou com o público experiências vividas durante os 65 anos de vida pública. Também analisou o futuro do Brasil, que considera estar “no caminho certo”. “Faço 90 anos no mês que vem e nunca vivi um momento como esse, onde as estruturas do Brasil estão sendo postas ao debate”, afirmou ele, citando a Operação Lava Jato como um ponto decisivo para a melhora do Brasil.
“Falta muita ética na política. Praticamente todos os grandes partidos estão envolvidos com a Lava Jato, que veio e fez coisas muito importantes. É necessário fazer essa limpeza geral para que surja esse novo caminho, onde a ética seja real”, disse o ex-senador em entrevista à Rádio Gazeta. Ele citou ainda o regime militar de 1964 como o período com mais falta de ética na história do País. “Essa época da ditadura, com a radicalização que houve, foi o momento mais pesado que vivemos até hoje”, analisou. Simon considera preocupante o momento atual, onde também existe uma radicalização entre apoiadores de esquerda e de direita.
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Professores
Em 1987, enquanto governador, Pedro Simon precisou enfrentar a maior greve do magistério estadual, que durou 96 dias. Na época, os professores eram contrários às alterações no plano de carreira. Lembrando desse episódio, Simon se diz solidário com a causa dos professores durante a greve atual, que chega a 15 dias nesta terça-feira. A mobilização foi deflagrada em decorrência do pacote de alterações apresentado pelo governador Eduardo Leite – que, a exemplo do que aconteceu há 32 anos, mexe no plano de carreira dos profissionais.
Mesmo assim, Simon mostra-se preocupado diante da situação econômica atual do Estado. “Respeito e gosto do atual governador, mas a verdade é que o Rio Grande do Sul está numa situação dramática. É necessário ter coragem e enfrentar as situações, mesmo que a saída pareça muito difícil”, comentou. O evento organizado pela ACI teve como patrocinadores a Unimed, Souza Cruz, JTI, BRDE, Universal Leaf Tabacos e Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
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