O Grêmio inicia uma nova era após a derrota por 2 a 0 para o Palmeiras. Com apenas dois pontos somados em 24 possíveis no Brasileirão, o Tricolor precisará modificar o atual panorama se não quiser penar na zona de rebaixamento. O cenário na chegada da delegação no hotel Intercontinental, em São Paulo, foi de silêncio. Antes da entrevista coletiva, a direção anunciou o retorno de Luiz Felipe Scolari aos atletas.
A manhã desta quinta-feira, 8, ainda reserva um trabalho físico para os titulares e leve movimentação aos reservas no CT do São Paulo. O retorno à capital gaúcha está previsto para o início da tarde, com a reapresentação e primeiros contatos com Luiz Felipe Scolari agendados para sexta-feira, 9.
O treinador assina contrato com o Tricolor até o fim de 2022 e deve estrear no sábado, 10, no Gre-Nal 433, que será disputado na Arena, às 16h30. O vice de futebol Marcos Herrmann comentou sobre a chegada do ídolo. “O Felipão sabe tudo do Grêmio. Ele acompanha tudo, está absolutamente a par do Grêmio. Está com uma vontade juvenil de trabalhar e uma confiança plena de conseguir os resultados. A conversa foi muito ampla. Ele me passou confiança e otimismo em relação ao elenco que nós temos. Vamos retomar uma posição razoável no campeonato”, destacou.
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Além de negar com veemência problemas no ambiente gremista, tanto no vestiário, como no âmbito institucional, o dirigente confia na saída da crise o mais breve possível. “Estamos em alerta. Não só pela posição em que estamos, que é inaceitável. É inaceitável passar tantos jogos sem ganhar. Isso não é e não será o Grêmio. No segundo tempo, mostramos uma irresignação muito boa. Se continuarmos assim, em setembro já estaremos fora da zona de rebaixamento. Vamos em frente”, disse Herrmann.
Felipão chega ao Grêmio ao lado dos auxiliares Paulo Turra e Carlos Pracidelli. Thiago Gomes também deve ser mantido na comissão técnica do time profissional. “Queremos melhorar e por isso trocamos a comissão técnica. Essa é a prova. Trouxemos o Felipão e uma equipe da maior qualidade. Nós vamos sair dessa e por ter certeza disso. O torcedor tem toda a razão de estar insatisfeito. Mais insatisfeito do que eles está toda a diretoria, todos os profissionais do futebol”, ressaltou.
De acordo com Herrmann, a situação vivida pelo Grêmio é passageira. Segundo ele, o clube estará em condições melhores até setembro. “Estamos em alerta. Não só pela posição que estamos, que é inaceitável. É inaceitável passar tantos jogos sem ganhar. Isso não é e não será o Grêmio. No segundo tempo (diante do Palmeiras), mostramos uma irresignação muito boa. Se continuarmos assim, em setembro já estaremos fora da zona de rebaixamento. Vamos em frente”, pontuou.
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O atacante Douglas Costa afirmou que os jogadores assumem a culpa pela situação e falou que o técnico Felipão pode ajudar nessa construção. “Todo mundo sabe da história do Felipão, todo mundo conhece o professor Felipe, é um cara vitorioso, mas não sei dizer quem é a pessoa certa ou errada, não sou o cara que designa quem vai comandar a nossa equipe. Mas claro que é um cara muito importante e vai nos ajudar a sair desta situação”, apontou o camisa 10.
Douglas também chamou a responsabilidade para os oito jogos sem vitória ao grupo de jogadores. Tiago Nunes deixou o clube no último domingo e Thiago Gomes foi o comandante da equipe nesta quarta. “Desde o princípio, a partir do momento que entramos em campo e não obtém os resultados esperados, a culpa é nossa, a maior culpa é nossa, não é o treinador que entra em campo. Não tem tempo de lamentar, vamos pensar na próxima, temos um clássico importante pela frente”, sublinhou.
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Livre no mercado e cogitado no Grêmio, Giuliano deverá decidir nos próximos dias qual oferta aceitará para a continuidade da sua carreira. O meia desperta o interesse de clubes brasileiros, mas também do Oriente Médio e da Europa. Desta forma, o estafe analisa as alternativas. O retorno de Luiz Felipe Scolari ao Tricolor poderá influenciar na investida.
Giuliano, de 31 anos, passou pela Arena entre 2014 e 2016. Nos primeiros meses, Felipão foi o seu treinador na equipe. Apesar da pubalgia que o atleta sofreu na época, o relacionamento entre técnico e jogador era positivo. O interesse em retorno não é novidade, mas com a possibilidade de novos reforços, o nome do meio-campista é analisado.
“Orgulho de trabalhar com o Felipão”, diz Thiago Gomes
O agora auxiliar permanente Thiago Gomes comentou sobre a chegada de Luiz Felipe Scolari ao clube. “tenho muito orgulho em ter um treinador como o Felipão trabalhando no Grêmio e estar no clube com um grande treinador”, declarou. Questionado sobre as informações que passaria para Felipão, Thiago afirmou que estaria à disposição da nova comissão técnica. “Sou um profissional do clube, estou à disposição para auxiliar no conhecimento do grupo”, resumiu. Apesar da derrota, a equipe melhorou na etapa final quando o treinador trocou o esquema e passou a jogar em um 3-4-3. “Acho que deu certo, porque tivemos chance de gol, criamos bastante e anulamos a equipe do Palmeiras. Fica como uma estratégia que o Felipão pode utilizar também”, apontou.
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Thiago Gomes garantiu que Felipão encontrará um grupo disposto a tirar o time da fase ruim. “A gente sabe que é uma situação difícil, mas o ambiente no vestiário é de concentração, de indignação. Estavam todos chateados pela derrota. Dentro desse jogo, nesses últimos dias, conversamos bastante. Pude colaborar com ideias e agora vamos passar observações para o Felipão, todo mundo unido, porque o Grêmio precisa de união nesse momento”, enfatizou.
A derrota do Grêmio por 2 a 0 para o Palmeiras passou muito pelo gol sofrido logo aos 15 segundos. Após uma rebatida errada, a bola sobrou para Raphael Veiga abrir o placar com menos de um minuto, o que desestabilizou a equipe tricolor. “Iniciamos a partida da pior forma possível. Quando você leva um gol tão cedo, isso arrebenta qualquer estratégia. Mas tivemos dois tempos distintos. O primeiro, com esse gol, deixou o jogo mais tenso para o nosso lado. No segundo, mudei sistema e peças e melhorou. Tivemos maior controle, pisamos mais na área. Tivemos chance, o que poderia ter gerado um gol e nos colocado na partida novamente”, avaliou.
O treinador explicou, ainda, a mudança feita para o segundo tempo. Com dois gols de desvantagem, ele fez três trocas na volta do intervalo. Sacou Rafinha, Vanderson e Diego Souza para colocar Ruan, Léo Pereira e Ricardinho. Assim, saiu do 4-2-3-1 do início do jogo e passou a jogar no 3-4-3. “No segundo tempo, acabei optando por mudar o sistema tático. Colocando dois jogadores como alas, um deles o Léo Pereira pela direita, para nos dar mais poder de ataque, e deixamos o time um pouco mais encaixado na marcação. Acho que deu certo, porque criamos mais chance de gol e anulamos o ataque do Palmeiras”, esclareceu.
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