O primeiro homicídio de 2023 em Vera Cruz teve detalhes revelados nessa terça-feira, 25. O crime aconteceu na madrugada do último domingo, 23, em um bar na localidade de Rincão da Serra, no interior do município. O segurança Ederson Daniel da Rosa Alves, de 35 anos, foi assassinado a tiros de revólver. Ele fazia a guarda de uma festa que ocorria no estabelecimento. Nessa terça, o autor dos disparos se apresentou na delegacia, confessou o crime e foi preso. O caso foi explicado pela delegada Lisandra de Castro de Carvalho.
Os detalhes da dinâmica revelada pela delegada são corroborados por uma análise que foi realizada já na tarde de segunda-feira, 24, na residência do suspeito. “Foram encontrados vestígios de sangue no caminho entre o salão de festas e a casa em que o autor estava morando com sua atual companheira, inclusive dentro do imóvel”, disse a delegada Lisandra.
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O que chamou a atenção dos investigadores foi que, quando os policiais voltaram ao local à noite, com uma equipe do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a mulher havia limpado todas as manchas de sangue. Mesmo assim, os peritos passaram nos pontos o chamado luminol, produto químico que reage emitindo uma luz quando em contato com sangue, o que deu positivo na sala e no quarto do casal.
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Com isso, a Polícia Civil de Vera Cruz abriu um novo procedimento para apurar as ações da companheira do homem preso. Segundo a delegada Lisandra, a mulher disse que o sangue na casa pertencia ao filho machucado. “Estava faltando com a verdade nitidamente, porque o próprio suspeito confessou que o sangue que havia na casa era dele. E, quando fomos, vimos o sangue, acionamos a perícia e, ao retornarmos com eles, ela estava lavando as manchas do chão”, explicou a delegada.
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“Com essa ação, prejudicando o trabalho da polícia, instauraremos um inquérito por fraude processual para ela”, finalizou Lisandra. O nome da mulher foi mantido em sigilo pelas autoridades policiais. Por ora, ela permanece em liberdade. O segurança Ederson Daniel da Rosa Alves, que era natural de Cerro Branco, foi sepultado na manhã de segunda-feira, no cemitério da localidade de Rincão Bonito, em Novo Cabrais.
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O autor confesso do crime vai responder por homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – elencadas pelo motivo torpe (vingança, em razão de ter sido colocado para fora do evento pelo segurança) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima (em virtude de Ederson ter sido pego de surpresa com o ataque a tiros). Após registro da prisão na DP de Vera Cruz, ele foi conduzido ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Seu nome também foi mantido em sigilo pelas autoridades policiais.
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Autor alega legítima defesa
Acompanhado do advogado criminalista Roberto Alves de Oliveira, o acusado relatou sua versão dos fatos à Polícia Civil. Confessou que disparou contra Alves, mas disse que agiu em legítima defesa. Segundo relatou à polícia ele teria utilizado a arma da própria vítima para matá-la, após ter sofrido um ataque. O advogado ainda explicou que o autor dos tiros foi revistado na entrada e não entrou armado, sequer tinha arma, nem mesmo teria ido buscar em outro lugar. Os investigadores acreditam que o assassino tenha buscado a arma, que ainda não foi localizada, na própria casa.
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A delegada comentou que não há lógica sobre a versão apresentada pelo acusado. “Ele disse que largou a arma no chão e fugiu, mas ela não foi encontrada. O suspeito apresentou argumentos que não encontraram respaldos no contexto probatório. Não acreditamos que essa versão dele corresponda à realidade”, salientou. Ao final do interrogatório, ele soube que a prisão preventiva dele havia sido decretada ainda nessa terça e ele estava preso.
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