O esporte de Santa Cruz do Sul perdeu Gilberto Mattheis no último dia 10, aos 55 anos. Ele deixou o seu nome na história ao criar o Clube de Corredores de Santa Cruz do Sul (Corsa). Também foi incentivador de jovens atletas e integrou a tribo do ciclismo.
Alexandre Cruxen conta que assumiu a gestão de Eventos Esportivos da Gazeta Grupo de Comunicações em 2010. Desde então, Mattheis participou de praticamente todos os eventos entre corridas de rua, duathlon, triathlon, natação e ciclismo, entre outros. Gerente executivo de Rádios da Gazeta, Leandro Siqueira relembra a criação da Rústica Estadual de Santa Cruz, com colaboração decisiva de Gilberto e da esposa Neusa.
“Eles corriam, tinham grupos no Estádio Municipal. Foi uma iniciativa para resgatar a rústica da Oktoberfest. Ambos revigoraram o Corsa e foram intensos na realização das três primeiras edições”, ressalta. Gilberto fazia as marcações na pista dos 10 quilômetros. O evento passou a ser destaque, atraiu cada vez mais pessoas e atualmente há diversos grupos de corrida espalhados pela cidade.
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O representante comercial Álvaro Roberto Kellermann conviveu com Gilberto desde a década de 1980 e disputou com ele várias provas. “Ele era PERDA Esportistas lembram com carinho de Gilberto Mattheis muito melhor na corrida, mas eu dava o troco no ciclismo”, brinca. Kellermann salienta que ele treinava bastante e, por isso, destacou-se como corredor de meio-fundo. “Por muito tempo, manteve a hegemonia na região. Nos reencontramos no ciclismo, nas provas de contrarrelógio organizadas pelo Cruxen. Revivemos as disputas acirradas dos tempos de rústica”, contou. O ciclista Giovane Faccin também lamenta a partida de Gilberto. “Era uma baita pessoa, muito entusiasta do esporte. Convidava todos para praticarem.”
O atleta Daniel da Silva destacou a contribuição de Gilberto Mattheis por meio de uma postagem em rede social. Citou o trabalho desenvolvido na 1ª Maratona de Santa Cruz, realizada em dezembro de 2019. O atleta Jorge Ferreira também se manifestou pela rede social para exaltar a contribuição do amigo. Segundo ele, a prova preferida de Gilberto era a de 10 quilômetros.
Incentivador também para atletas profissionais
Fabiano Peçanha lembra da chegada de sua família a Santa Cruz do Sul em 1999. Na época, Gilberto era um dos principais corredores e incentivadores da cidade. “Participamos juntos de muitas corridas de rua pelo Estado. Quando fui medalhista no PanAmericano de Santo Domingo, em 2003, enquanto desfilava no caminhão de bombeiros pela cidade, me lembro que ele acompanhou todo o desfile com uma moto, segurando a bandeira do Brasil.”
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Sabine Heitling teve contato com Gilberto nas primeiras corridas da carreira, ainda no infantil. Ela passou a fazer parte do Corsa, juntamente com atletas veteranos. “O Gilberto reunia o pessoal, ajudava nas inscrições, marcava ônibus. Ou seja, dava as condições para que a gente pudesse competir. Era sempre muito empolgado, de bem com a vida. Isso contagiava a gente. Dizia palavras de motivação, apoiava nos momentos de alegria e de decepção também. Era um paizão para quem buscava a vida no esporte.”
Jaqueline Weber chegou em 2013 a Santa Cruz e conheceu Gilberto de perto. Disputou corridas de rua com ele quando começava a criar sua própria história no atletismo. “Sempre foi um cara muito gente boa. Referência nas corridas de rua. Infelizmente, ele nos deixou precocemente, mas seus feitos e principalmente sua pessoa jamais serão esquecidos.”
Juliano Kommer conheceu Gilberto em 2011 e sublinha a disposição dele para ajudar as pessoas. “Estava em praticamente todos os eventos esportivos. Sempre alegre. Ele se destacava na organização também. Na Meia Maratona de Santa Cruz, em 2019, corri abaixo de 1h15 e ele me acompanhou o tempo todo, dando suporte de bicicleta. Me motivava muito. Era uma grande pessoa, homem de grande caráter. Batalhou muito pela corrida de rua na região.”
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