Polícia

“Esperava uma conduta de homem”, diz promotor a réu durante julgamento

O tribunal do júri considerou culpado o trio acusado pelo assassinato de Luis Machado, de 46 anos, ocorrido em 2 de novembro de 2020. Ele foi morto de forma cruel, a machadadas, dentro de uma lavoura na Rua Victor Frederico Baumhardt, no Bairro Dona Carlota.

Guilherme D’Ávila pegou 14 anos em regime fechado, Katiele Hermes foi condenada a cinco anos e dez meses no regime semiaberto e Henrique Pires, seis anos e três meses também no semiaberto. Inicialmente, as penas para o trio foram consideradas maiores. No entanto, a juíza Márcia Inês Doebber Wrasse considerou atenuantes como a menoridade dos réus, na época com menos de 21 anos; o fato de serem primários; e as confissões de Guilherme e Katiele e participações de menor importância da jovem e de Henrique (esses dois, diferente de Guilherme, não golpearam a vítima).

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Essas circunstâncias diminuíram o tempo das penas para os três. “A culpabilidade mostra-se em grau elevado, pois os acusados previamente ajustados com adolescentes decidiram ceifar a vida da vítima, que foi morta com golpes de machado e facão, demonstrando agir com extrema violência, crueldade e frieza, com dolo exacerbado em suas condutas”, comentou a juíza Márcia, ao proferir a sentença.

Único dos réus a responder pelo crime em liberdade, Henrique Gabriel Pires foi indiciado pela Polícia Civil como participante na noite do crime, sendo o motorista e não estando na cena do assassinato. No entanto, diferentemente do que afirmou em seu depoimento na esfera policial, o auxiliar de operações contou que não estava na casa onde o plano foi armado e não dirigiu o veículo com os ocupantes que acabaram assassinando Luis Machado.

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A nova versão, cercada de controvérsias, foi rebatida pela juíza Márcia no interrogatório. Pires, então, disse que foi um “mal-entendido” o que havia afirmado na delegacia, pois os agentes estavam lendo o depoimento da sobrinha da vítima e não dele. Em tom mais elevado, o promotor Flávio Passos criticou a atitude do réu. “Foi estarrecedor ouvir esse depoimento diante das provas.”

Olhando fixamente para Henrique, o promotor disse: “Tu é o cara que parecia ser menos culpado, que colaborou, parecia correto, o delegado não pediu tua prisão. Eu esperava hombridade de ti, esperava uma conduta de homem.” O defensor Arnaldo pediu o não reconhecimento das qualificadoras para os réus Guilherme e Katiele.

“A gente vê, pelo resultado do julgamento, que os jurados julgaram de acordo com a prova bem na medida da culpabilidade do que foi descrito para cada um. Houve reconhecimento da condenação, mas também houve reconhecimento de teses defensivas para diminuir a pena, para adequar as condutas de cada um”, disse à Gazeta o promotor Flávio, ao final do júri.

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Guilherme Bica

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