Onze pessoas morreram em decorrência de H1N1 no Rio Grande do Sul somente na última semana, conforme apontou o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde nessa sexta-feira, 20. Com isso, o total de óbitos causados pelo subtipo do vírus da gripe A chegou a 59. Porém, mesmo com o crescimento, a circulação do vírus ainda não é alarmante para o doutor em Epidemiologia e especialista em Medicina de Família e Comunidade, Luciano Nunes Duro. “Quem tem mais riscos de morrer ou internar por Influenza também está mais exposto a internação ou morte por causa de outros problemas de saúde. A gripe é um problema que chega muito mais intenso por ser sazonal e pela fácil transmissão”, comenta.
“Com o advento da pandemia de 2009, que seria a evolução de uma gripe suína e acabou novamente atacando os humanos, não tínhamos uma população preparada para esse tipo de vírus e houve uma repercussão maior. Naquela época, a população não tinha imunidade para isso. É importante salientar que em 2010 já foi informado pela Organização Mundial da Saúde que o H1N1 deixou de ser problema e passou a ser um vírus comum, rotineiro, com características sazonais. Alguns anos têm mais, outros menos, outros têm H3N2. O certo é que não existe um surto de H1N1”, afirma Duro.
O aumento de casos estaria relacionado, principalmente, ao clima. Em razão do frio, a aglomeração de pessoas é mais comum, além de outras mudanças de comportamento, como, por exemplo, deixar ambientes mais fechados – com o objetivo de proteger-se do ar gelado –, ingerir pouca água e lavar menos as mãos. Assim, a transmissão acontece com mais rapidez pelo contato com objetos infectados ou pela inalação de gotículas de quem está doente.
Publicidade
Embora concorde com o acréscimo expressivo de casos de gripe, o especialista ressalta que isso também estaria relacionado diretamente à notoriedade que o assunto ganhou nos últimos meses. “Quando surgiram os primeiros casos em São Paulo, todos começaram a prestar mais atenção. Aumentou a preocupação das pessoas, e os médicos passaram a ficar mais atentos e desconfiar da possibilidade do vírus. Pensam no vírus e começam a coletar dados. Talvez exista uma supernotificação e consequente confirmação de casos, pois quem procura mais, encontra”, justifica.
LEIA MAIS NA GAZETA DO SUL
DESTE FIM DE SEMANA
Publicidade