A terceira edição da Convenção Regional da CDL começa nesta segunda-feira, 21, a partir das 19h30, no auditório central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), com o tema Desafiar para empreender no futuro. O palestrante do primeiro dia é Alexandre Weimer, mentor e conselheiro em vendas e marketing, investidor de empresas e cofundador do evento Hoje.
Weimer é especialista em vendas e marketing, construindo “máquinas de vendas” por meio da transformação das pessoas em profissionais de alta performance. Formou-se em economia, trabalhando como office-boy e barman. Conseguiu espaço para estagiar em um banco privado, onde começou a se conectar com as vendas.
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Em 2009, ele passou a empreender. Na terceira tentativa de negócio, formou uma agência de comunicação e conquistou muita vivência e experiência de estratégias em marketing, as quais compartilha até hoje.
Weimer iniciou outros negócios em 2015, transformando conhecimento em empresas, sempre dando oportunidades para profissionais de alta performance. Em 2021, vieram as primeiras empresas que receberam seus aportes. Inquieto, atualmente Alexandre é investidor e mentor de empresas, distribuindo conhecimento no grupo onde atua.
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Além disso, há todo o conteúdo gratuito que ele entrega nas redes sociais. Também participa ativamente de conselhos consultivos de empresas que pretendem crescer, levando uma pegada inovadora. Na convenção da CDL Santa Cruz nesta segunda-feira, a partir das 19h30, no auditório central da Unisc, Alexandre Weimer vai abordar a temática Venda como propósito.
Entrevista
- Nesta reta final de um ano difícil e de recuperação, como deve se comportar o consumidor?
Cada empresa tem um tipo de consumidor diferente. Eles têm dores e amores diferentes e por isso o consumo não é igual. É muito importante que cada empresa tenha um entendimento sobre ele e quais seus anseios quanto aos próximos capítulos. Vejo várias empresas tomando decisões de forma genérica, olhando para o mercado, sem olhar para o fluxo do dinheiro. É importante entender esse fator.
Por exemplo, se neste momento o fluxo de dinheiro dos meus clientes está numa seara positiva, possivelmente meu negócio deve avançar muito mais. O varejo, por exemplo, tem uma tendência a se favorecer neste início do ano. E, para isso, preciso estar preparado. Devo entender que as decisões do consumidor não estarão ancoradas no que eu acredito, mas sim no que ele tem como desejo.
Você vai abordar as temáticas performance, marketing e entrega na palestra em Santa Cruz. - Como as empresas podem entregar mais, além de produto, no dia a dia de suas operações?
Quando a gente fala em entregar acima do esperado, precisamos levar em conta a experiência do consumidor. Observamos no mercado as empresas entregando abaixo do esperado, muitas entregando dentro da expectativa e poucas fazendo o que a gente chama de entregas de excelência, ou acima do esperado.
Portanto, para nossas operações, é preciso entender que a experiência deve estar na estratégia e no planejamento de nossas empresas. O que eu observo é que muitas empresas nem sabem quais os processos de atendimento de um cliente. Então, pare para pensar como sua empresa consegue entregar algo acima do esperado, focando acima da experiência do consumidor. - Como você acredita que será o novo ciclo do varejo no País, a partir do novo governo?
Anos atrás, fiz uma análise de mercado e, independentemente se aconteceu o que se previa ou não, o primeiro passo é entender a regra do jogo. Quais serão os próximos passos deste governo. Uma das coisas que faço é realizar essa análise diária para ver como o jogo está sendo jogado. Olhando de uma forma apartidária, o governo do PT tem uma pauta de assistencialismo, de distribuição de renda, principalmente para os mais pobres.
A questão do fluxo desse dinheiro entrar em algumas empresas vai ser algo normal. Só que vai depender de que tipo de empresa. As de varejo, necessidades básicas, as de saúde – mesmo as das classes C e D –, como odontologia, farmácias e supermercados, vão se beneficiar. É importante olharmos para o posicionamento estratégico de nossas empresas, pois muitas vezes temos um público que está sedento por consumo, mas eu não olho para ele com as estratégias. Seja na formação do preço de venda ou no mix de produtos.
Creio que teremos alguns obstáculos, mas também oportunidades. O que nos compete é fazer uma análise desses cenários e entender para onde será destinado o dinheiro, e estar posicionado para que estejamos alinhados a esse fluxo de operações. - A pandemia mudou as relações sociais e comerciais. Quais os impactos disso para os lojistas e também para os que atuam no setor de vendas?
Acredito que muitos setores estão se recuperando da pandemia. O setor do turismo, que foi um dos mais afetados, está superando a marca da pré-pandemia, que é fevereiro de 2020. Neste momento, a pandemia por si só talvez não seja nosso maior obstáculo. É muito importe olharmos para outros obstáculos que teremos a partir de agora. O mercado está incerto em nível global, fazendo com que várias empresas comecem a olhar o planejamento estratégico de 2023, 24 e 25, fazendo retenção de caixa.
A gente vê corporações como o Facebook demitindo, assim como o Alibaba, Amazon, Twitter seguindo o mesmo caminho. Também as startups no Brasil, principalmente as focadas no futuro, que é incerto. Neste momento, as empresas estão segurando dinheiro no caixa. Isso vai acontecer muito. É importante que o empreendedor acompanhe o mercado, entenda os movimentos, porque ali se revela o futuro.
Os grandes estudiosos, os estrategistas, que miram o futuro, eles começam a olhar de forma especial para alguns setores. Eu vejo que o varejo, no Brasil, terá grandes oportunidades no Brasil em 2023. Teremos algumas dificuldades relacionadas ao entendimento do consumidor, como ele estará se movimentando em 2023. Compete a nós ampliar nossos estudos e estarmos abertos a receber informação, para daí sim dar nosso diagnóstico. - A comunicação é um dos principais pilares para que a mensagem chegue ao cliente final. Como o varejo deve se adaptar às novas tendências?
O que eu observo é a falta de inovação na comunicação. É importante entendermos que antes da comunicação há a questão do marketing, que é a estratégia. A comunicação é um pilar dentro do marketing. E eu vejo que as empresas nem entendem hoje o que é o marketing.
O maior desafio agora é esse entendimento, porque você não consegue aprovar uma ação se não conhecer o mínimo de como aquilo funciona. É importante que o profissional tenha acesso a informação e busque conhecimento, um mínimo necessário para tomar decisões no curto prazo. - Quais são as suas dicas para o lojista estar bem preparado para acolher o consumidor nesta reta final de 2022 e início do ano?
Sempre haverá oportunidades. Até durante a pandemia, observou-se que elas existiram. O primeiro passo é entendermos a importância da inovação. Se eu continuar trabalhando da mesma forma, a tendência é que os resultados sejam menores, pois o mercado e as pessoas mudam e isso faz com que nós tenhamos uma obrigatoriedade da evolução.
Outro ponto é que neste final do ano teremos muitas datas importantes. Então, dependendo do segmento do varejo em que estiver inserido, vai ajudar a vender, como a Copa do Mundo, a Black Fiday e outras datas. Todos os indicadores do varejo no Brasil apontam como sendo dois bons anos por causa das sazonalidades que estamos tendo.
Cito a Copa do Mundo com a Black Friday, duas datas muito fortes, que juntas podem transformar o varejo. Alguns varejistas calculam crescimento em torno de 6% neste ano na Black Friday. Eu vejo que nós, como lojistas de cidade pequena, que não têm acesso a tecnologia, podemos ver coisas simples, dentro de um planejamento, com mistura de mundo digital e off-line.
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