Na infância e na adolescência, é muito comum que meninos e meninas adquiram o hábito de fazer coleções. De tudo, dos mais variados objetos ou itens. Eventualmente, na vida adulta tais acervos acabam ficando em segundo plano, diante das ocupações com estudos e trabalhos. Mas nem sempre. Há quem não só mantenha viva e intensa a paixão por reunir, manusear e conservar seus objetos queridos como amplia o hobby das coleções a níveis quase profissionais. Foi o que aconteceu com o catarinense, naturalizado santa-cruzense, César Augusto Machado. Aos 44 anos, é daqueles que se pode chamar de “colecionador profissional”.
Logo, ninguém melhor do que ele para falar e para compartilhar com os demais os acervos, as curiosidades, os gostos e as paixões por objetos que falam alto ao coração e ao imaginário. Por isso, na próxima quarta-feira, 24, Machado inaugura junto à Gazeta do Sul uma seção exclusiva dedicada a esses aficcionados e à sua por vezes incrível odisseia para garantir um objeto longamente almejado, procurado ou perseguido. Essa seção será nomeada de Espaço Nostalgia, constituindo duas páginas de conteúdo dedicado a coleções e a objetos que fazem lembrar do passado, recente ou nem tanto.
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A exemplo de Machado, que se autodenomina “o colecionador”, que é como assinará a série, inúmeras pessoas mantêm vivíssima a chama de zelar por suas coleções, ou iniciar alguma nova.
No caso de César Machado, nem se trata exatamente de “uma coleção”. “Na verdade, mantenho 64 coleções, de diferentes itens e áreas”, informa, com um sorriso no rosto. Tudo despertado, como refere, na infância. Embora a sua família seja do Vale do Rio Pardo, por decorrência de uma transferência profissional de seu pai, Breno Rui Machado, que atuava no setor fumageiro, ele nasceu em Rio do Sul, em Santa Catarina, em março de 1976. Mas quando estava com três anos a família retornou a Santa Cruz do Sul. Por aqui, seu avô Arlindo Schmidt era proprietário de casa de comércio, de “secos e molhados”. E foi no comércio do vovô que, ali pelos seis, sete anos, no começo dos anos 80, se sentiu despertado para os possíveis itens de coleção, de figurinhas de chiclete a garrafinhas de refrigerante, de tampinhas a maços de cigarros e pôsteres e… por aí afora.
Casado com a vera-cruzense Cândida, 46 anos (completados nesta sexta-feira!), que também atua em empresa do setor de tabaco, hoje é pai do casal de gêmeos Vinicius e Rafaela, de seis anos. Seus filhos, na idade em que ele próprio se sentiu atraído para as coleções, igualmente já espiam com gosto o acervo que ele reuniu. Empresário do ramo de fornecimento de materiais e serviços para a construção civil, dono da DiGesso, ele se reserva rigorosamente o tempo para localizar, identificar ou adquirir, não importa o esforço que isso implique, objetos para completar ou expandir seu conjunto. “Esses objetos, e tudo o que alimenta ou envolve a nostalgia, sempre falam muito alto ao nosso imaginário ou ao coração”, frisa. Em sua residência, destinou o sótão só para reunir e manusear esses itens de “coleção”, que foi acumulando.
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Até o chaveiro dos 30 anos da Gazeta
E com os leitores da Gazeta César Machado compartilhará, a cada 15 dias, uma parcela dos acervos de suas variadas áreas de interesse, bem como, naturalmente, acolherá os relatos e os depoimentos dos colecionadores da comunidade e da região.
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O propósito da série é despertar, estimular e fomentar esse nicho, promovendo junto a todas as gerações o gosto por preservar objetos, simples ou nem tanto, que contam a “nossa história”. César refere, por exemplo, que recentemente adquiriu fora de Santa Cruz um pôster longamente almejado, um dos quatro que a Pepsi lançou nos anos 80 com Os Trapalhões, e que eram obtidos por quem reunia quatro tampinhas de uma determinada série, cartaz que hoje é raríssimo.
Para esta reportagem, por exemplo, apresentou um chaveiro dos 30 anos da Gazeta do Sul (ou seja, brinde de 45 anos), um cofrinho porta-níquel da poupança da extinta Caixa Econômica Estadual, uma tampinha de pote de margarina da Delícia alusiva ao personagem Robin, parceirão do Batman, e um livro ilustrado da Galeria Walt Disney, de 1976. Os leitores sem dúvida ficarão (muito!) impressionados com o que César Machado compartilhará a cada edição.
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