Escritora santa-cruzense lança primeiro livro nesta sexta

“Eu escrevo desde sempre / Porque preciso”, enunciam os dois primeiros versos do poema “Scribo”, de Paola Severo. Nesta sexta, 22, a partir das 19 horas, no Empório Pisar Bem (Rua Sete de Setembro, 80, ao lado do Shopping Germânia), em Santa Cruz do Sul, essa santa-cruzense de 27 anos apresentará seu primeiro livro autoral, Melodia perversa, sob o selo da Editora Gazeta, compartilhando com os leitores o que precisa e o que tem a dizer. Exemplares estarão à venda no local, a R$ 25,00, com sessão de autógrafos. É mais uma jovem voz feminina que se junta, assim, à já eclética e fértil produção literária regional.

Em sua obra de estreia, Paola revela a amplitude de seus temas de interesse e de sua formação cultural. Graduada em Jornalismo e pós-graduada em Cinema e Linguagem Audiovisual, transita pela cultura pop contemporânea, o que envolve elementos Geek, a tribo dos aficionados por recursos tecnológicos, eletrônicos, digitais e de ficção científica, apreciando cinema, música, fotografia, quadrinhos, tatoo, desenho e séries. Além dos 53 poemas, enfeixados nas 92 páginas do volume, Paola agrega fotos de sua autoria, ampliando as metáforas e as significações de alguns de seus versos.

Ela salienta que o seu primeiro livro traz poemas selecionados de sua produção num recorte de mais de uma década, mas a maioria dos textos é de 2016 e 2017. Nessa época, já atuava junto à Gazeta do Sul, como jornalista, integrando ainda a equipe de profissionais do Portal Gaz. Curiosa e antenada com as tecnologias da comunicação da atualidade, traduz em seus versos as inquietações e as problemáticas do universo feminino em sua descoberta do mundo e das emoções. “Traço essas palavras todas / Vazando tinta / Por uma necessidade”, confessa em forma de verso.

E é assim, ouvindo e traduzindo as melodias (não necessariamente perversas, por vezes ternas e afetuosas) de suas vivências, que Paola Severo chega agora para ser lida. Porque merece.

Um poema
“Scribo”

Eu escrevo desde sempre
Porque preciso

Traço essas palavras todas
Vazando tinta
Por uma necessidade

Para não enlouquecer

Para as frases não mexerem
Com meu discernimento
Para vazar um pouco
Tudo que me afoga

Para prolongar uma vida
Que já é meio louca
Mas na verdade

Talvez seja pré-requisito do autor
Uma medida de loucura