O Museu Colonial Henrique Engelmann Sobrinho, de Sinimbu, guarda muitos objetos escolares do passado e que hoje causariam espanto entre os estudantes. Será que nossos alunos, acostumados com tablets e smartphones, conseguem imaginar que os trisavós, bisavós e alguns avós, quando crianças, escreviam em pedras?

Em vez de cadernos, os alunos levavam para a escola uma pedra ardósia, preta ou cinza, bem lisa, onde realizavam os exercícios. Chamada de lousa (Tafel), tinha o tamanho de uma folha de ofício e era apagada com um pano úmido (ou até com a manga de camisa!), e ia sendo reaproveitada. O lápis (Griffel) também era de ardósia.

Devido ao peso, a ardósia foi substituída por uma tabuleta de madeira, pintada de preto ou verde, ou por uma chapinha de metal esmaltada. Os lápis de pedra foram trocados por lascas de calcáreo e, depois, pelo giz. O professor escrevia em uma lousa maior, que ficava na frente dos alunos.

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Os estudantes precisavam ficar muito atentos e ter boa memória, pois logo as anotações eram apagadas. O leitor Harry Genehr, de 90 anos, lembra que voltava da aula e escrevia em papel de enrolar pão tudo o que havia aprendido, para não correr o risco de esquecer alguma coisa.

Os cadernos de papel e os lápis de grafite só se tornaram acessíveis aos estudantes brasileiros a partir de 1920. Mas mesmo depois disso, as lousas continuaram sendo utilizadas, especialmente nas escolas do interior. A caneta-tinteiro (pena), usada pelos alunos maiores, também foi marcante. Junto, levavam um vidrinho de tinta para recarregar o reservatório da caneta. Repor o líquido, às vezes, causava imprevistos, como sujar as mãos e a roupa. As carteiras, inclusive, tinham um pequeno buraco para colocar o vidro e evitar quedas.

Quem escrevia com a tinteiro não podia esquecer o mata-borrão. Era um papel mais grosso, que absorvia a tinta fresca. Se ela derramava no caderno, logo aplicava-se o papelão para evitar prejuízos maiores.

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Colaborou Emigdio Engelmann

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