Familiares e amigos de Heide Priebe realizaram na tarde desse domingo, 17, uma caminhada pelas ruas do centro de Santa Cruz do Sul com pedidos por justiça e pelo fim da violência contra a mulher. Dezenas de pessoas saíram da Praça Getúlio Vergas e passaram pelas ruas Marechal Floriano, Borges de Medeiros, Marechal Deodoro e Júlio de Castilhos. Em frente à 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), onde Heide trabalhava, houve o primeiro ato. O encerramento ocorreu na Travessa Tenente Barbosa, no lugar onde ela foi baleada pelo ex-companheiro Servo Tomé da Rosa, que está preso.
“Eu não queria estar aqui hoje. Eu queria estar com a minha mãe, aproveitando com ela, mas infelizmente isso nunca mais vai acontecer”, disse Jean Carlos Fetzer, filho mais novo de Heide, minutos antes do início da caminhada. Ele ressaltou que a família ainda nem viveu o luto, mas decidiram realizar a ação para alertar sobre a violência contra a mulher e tentar impedir que isso continue acontecendo. “A nossa mãe foi vítima de feminicídio. Escolhemos não nos calar e simplesmente ficar em casa, de luto. Passamos a semana inteira batalhando para organizar essa manifestação”, completou Jean.
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Em frente à 13ª CRS, o filho mais velho de Heide, Franklin Elimar Fetzer, destacou que ela dedicou os últimos 20 anos de sua vida à saúde pública e sempre desempenhou seu trabalho com muita dedicação. “Meu coração fica muito triste, mas sempre que passar aqui vou ter bons momentos, porque sei que minha mãe esteve aqui por muitos anos e estava sempre feliz trabalhando na mesa dela.” Ele agradeceu a presença de todos e, na sequência, foi realizada uma longa salva de palmas.
A manifestação prosseguiu então para a Travessa Tenente Barbosa, no local em que Heide foi atingida com dois tiros no dia 8 de julho. Balões que formavam a palavra justiça foram pendurados nos tapumes de uma construção. A vereadora Nicole Weber (PTB), reconhecida pela luta em defesa das mulheres, discursou por cerca de dez minutos. Com palavras fortes, ela pediu que a sociedade acabe com a cultura do machismo e da violência que segue vitimando mulheres. Também se manifestaram a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Iara Bonfante, e outras integrantes.
Durante sua fala, a filha de Heide, Aline Juçara Fetzer, que é agente de saúde, disse estar “extremamente frustrada” por já ter ajudado a salvar algumas mulheres com seu trabalho, mas não ter sido capaz de salvar a mãe. “Eu prometo que até o fim da minha vida vou lutar para que isso não aconteça mais”, disse. “Quem me conhece sabe que eu sou determinada, e no que eu puder vou ajudar as mulheres e as pessoas que sofrem qualquer forma de discriminação”, completou. A Fiscalização de Trânsito e a Brigada Militar acompanharam o ato e fizeram o bloqueio das ruas durante a caminhada.
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