Esta semana marcou um feito inédito para a agricultura e a educação de Santa Cruz do Sul: a primeira entrega de frutas e hortaliças por uma cooperativa ecológica com certificação orgânica para compor o cardápio da alimentação escolar. A partir de agora, boa parte das bananas, laranjas, cenouras, alfaces, brócolis e outros vegetais consumidos por alunos de escolas da rede municipal estarão totalmente livres de agroquímicos – um sonho antigo que se tornou possível devido ao contrato firmado entre a Prefeitura e a Cooperativa Regional de Agricultores Familiares Ecologistas (Ecovale).
A movimentação começou nessa segunda-feira, 10, quando mais de uma tonelada de hortifrutigranjeiros foi levada do centro de distribuição da Ecovale para os refeitórios de escolas municipais de Educação Infantil e Fundamental da cidade e do interior. Uma rotina que deve se repetir semanalmente durante todo o ano letivo, conforme o presidente da Cooperativa e assessor de projetos do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa), Diego Teixeira de Oliveira.
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Para ele, a iniciativa representa o beneficiamento coletivo de agricultores, escolas e famílias. “É muito importante, porque aumentam os espaços de comercialização dos orgânicos, o capital circula na cidade e é uma forma de viabilizar alimentos mais saudáveis aos estudantes e segurança de renda para a agricultura familiar”, avalia.
Todo o processo vem sendo acompanhado pela nutricionista Melissa Lenz, que é coordenadora do Capa – núcleo de Santa Cruz do Sul e presta assessoria à Ecovale. Na avaliação dela, “este é um momento histórico”, pois é a primeira vez que a cooperativa consegue estar presente em programas institucionais do Município. Ela explica que a importância da produção orgânica reside no fato de que a agroecologia produz alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos e adubo químico e sem sementes transgênicas.
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De acordo com o secretário municipal de Educação, Wagner Machado, o contrato entre a Prefeitura e a Ecovale foi assinado em junho e atende às diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Antes, o Município havia incluído alguns orgânicos no cardápio das escolas, mas agora, com a chamada pública, aumenta consideravelmente a variedade de itens fornecidos e o número de produtores agroecológicos cooperados. Com o tempo, o objetivo é aumentar a quantidade de orgânicos disponibilizados nos refeitórios escolares.
O produtor agroecológico Perci Darcísio Frantz planta bananas, laranjas, bergamotas e mangas em uma área rural de 9 hectares, em sistema de agrofloresta, e dedica-se à produção orgânica, que, apesar de mais complexa, alinha-se bem mais ao seu modo de ver o mundo. Ele é um dos principais fornecedores da Ecovale. Somente da propriedade dele, situada na localidade de São Martinho, sairão de 300 a 400 quilos de frutas todo início de semana, para serem entregues às escolas municipais – um passo importante para garantir mais segurança produtiva.
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Frantz comercializa os produtos há anos em feiras de Santa Cruz. Atualmente, as bananas são as frutas com melhor saída, já que produzem o ano todo. Segundo ele, “por serem orgânicas, as pessoas gostam mais porque são mais saborosas e têm maior durabilidade”, se comparadas às tradicionais.
Santa Cruz tem, atualmente, 15 produtores orgânicos certificados, que fazem o escoamento da produção principalmente por intermédio das feiras rurais geridas pela Prefeitura. Uma é a Feira Orgânica Santo Inácio, na Rua Conselheiro Trockel, 365, na Praça Hainsi Gralow, com atendimentos nas manhãs de terças e sábados.
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A outra é a Feira do Viver Bem, vinculada à Ecovale, que abre no Centro Comunitário do bairro aos sábados pela manhã. Além desse ponto, a Ecovale abre feiras nas terças e sextas à tarde, na sede da Rua Thomaz Flores, 805, no Centro. O secretário municipal de Agricultura, Decio Luís Hochscheidt, explica que tanto a oferta de orgânicos na merenda quanto o incentivo às feiras rurais são iniciativas da Prefeitura para promover saúde e incentivar a produção local.
Em Santa Cruz do Sul, contabilizando-se as 47 escolas da rede municipal, cerca de 29 mil pratos são saboreados diariamente, o que resulta em 5,8 milhões de refeições durante o ano letivo. Para a nutricionista da Secretaria de Educação, Elizabeth Rodrigues, a merenda escolar exerce papel fundamental no desenvolvimento físico e cognitivo dos alunos, especialmente daqueles que enfrentam situações de vulnerabilidade social. “Uma alimentação saborosa e nutritiva ajuda a melhorar o rendimento escolar, contribui na redução da evasão e é a melhor época de vida para promover hábitos alimentares saudáveis”, afirma.
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O incentivo à produção local é prioridade do Município, mas também vem sendo estimulado por leis federais que determinam que, no mínimo, 30% da alimentação escolar seja adquirida diretamente de agricultores familiares.
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